Prémios Arco-Íris: Lei de Identidade de Género tem sido enviesada de forma "terrorista" pela Ordem dos Médicos
O acompanhamento da aprovação e entrada em vigor da Lei de Identidade de Género feito pelo jornalista do Jornal de Notícias, Nuno Miguel Ropio, foi distinguido pela ILGA Portugal. O jornalista esteve esta quarta-feira no São Jorge para receber um Prémio Arco-Íris. No seu discurso, Nuno Miguel Ropio teceu considerações à falta de monitorização da Lei de Identidade de Género, sugerindo que fosse supervisionada a nível parlamentar.
Na sua intervenção, o jornalista considerou que até agora a lei tem sido enviesada de forma "terrorista" pela Ordem dos Médicos, já que a Ordem enviou para as Conservatórias do Registo Civil uma lista com as únicas equipas médicas que considera adequadas para validar as mudanças de nome e sexo. Desta forma, fica vedado o acompanhamento por parte de outros profissionais que não constem dessa listagem.
A favor da despatologização das pessoas transexuais, isto é, que a transexualidade deixe de ser considerada uma doença mental, o jornalista relembrou que se tem perpetuado erradamente a ideia de que as pessoas transexuais deixarão de ter apoio do Serviço Nacional de Saúde (SNS) caso a transexualidade deixe de integrar o Manual das Doenças Mentais. "Deixar os transexuais neste limbo é terrorista". "Uma pessoa com rinite alérgica ou diabetes não deixa de ter apoio do SNS" refere. O premiado prosseguiu: "A ambiguidade é tal que a pessoa transexual é considerada doente mental até à cirurgia. Depois de estéril, deixa de ser doente mental."
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