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Vale a pena ver "O Que Há de Novo no Amor?"

Este filme é giro! É mesmo giro! Venham as críticas que vierem. Quer venham dizer que o filme sofre do síndrome da primeira obra, ou que tem as falhas comuns que costumam ter este tipo de filmes em segmentos.

 

"O Que Há de Novo no Amor?" conta a história de seis amigos que se juntam todas as noites numa cave para fazer música. Um filme em seis partes que se interligam, cada uma delas contada por um realizador diferente. A Rita (Joana Santos) deixou o Ricardo, e foi encontrada pelo Rafael (Ângelo Rodrigues), mas ainda se sente perdida. O Eduardo (Miguel Raposo) achava que já não gostava da Maria (Diana Nicolau), mas depois do que fez já não pode voltar atrás. O João (David Cabecinha) não tem coragem para se separar da namorada, Lígia (Sofia Peres), e o seu refúgio é a canção que está a escrever para a Inês (Inês Vaz). O Marco (João Cajuda) luta pelo amor de outro rapaz, Tiago (João Pedro Silva), mas não se ilude com fantasias. O Samuel (Nuno Casanovas) acredita no amor eterno, mas algo não está bem porque os amigos não sabem dele. A Inês, para se sentir segura, gosta de experimentar e agora anda a ver o que dá com o João.

 

Não é fácil compor um filme em segmentos, tendo ou não um argumento que interligue cada uma das partes, sendo dirigido por um ou mais realizadores. Neste projecto os realizadores e argumentistas Mónica Santana Baptista, Hugo Martins, Tiago Nunes, Hugo Alves, Rui Alexandre Santos e Patrícia Raposo não se saem mesmo nada mal. Há falhas habituais neste tipo de filmes, a não linearidade do argumento, por exemplo, é uma delas. É por isso que Octávio Raposo supervisionou e a coseu o argumento global do filme.

 

Outra das críticas que se tem ouvido é a da ausência de contestação das personagens ao que lhes acontece. Fazendo delas personagens passivas e quase que vazias. Claro que é muito mais divertido filmar e ver o conflito, o confronto, mas e se a tónica do filme não for essa? E se estas personagens estiverem de tal forma presas ao seu quotidiano que já nem sequer conseguem reagir? Hugo Alves, um dos realizadores, disse em entrevista ao dezanove que "Há uma espécie de insatisfação crónica nas decisões que nós tomamos a nível emocional e sobretudo nessa fase de desenvolvimento enquanto pessoas.". Essa insatisfação crónica é tanta que as personagens já não procuram mudar e quando se vêem no conflito já não contestam, aceitam o que está para vir, pois o que vem a seguir é de certeza melhor. São personagens em constante desacreditação.

 

Mas afinal o que há de novo no amor é esta insatisfação, um desamor latente? Sim, mas não só. E é aqui que reside a beleza deste filme.

 

Outro facto curioso é ver que este filme serviu de incubadora do talento de Joana Santos e Ângelo Rodrigues, imediatamente antes de estarem nas telenovelas "Laços de Sangue", vencedora do Emmy Internacional para Melhor Telenovela, e "Rosa Fogo", respectivamente, ambas da SIC. E Ângelo Rodrigues ainda deu “uma perninha” na última edição da ModaLisboa.

 

Classificação: 3 estrelas em 5 possíveis

 

Luís Veríssimo

 

 

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