Quem ganhou os Teddy no Festival de Cinema de Berlim (com vídeos)
![Keep The Lights On](https://fotos.web.sapo.io/i/Baf07119f/10340939_oKfH9.jpeg)
O cinema português esteve em grande no Festival de Cinema de Berlim este ano. "Rafa" de João Salavisa arrebatou o Urso de Ouro para Melhor Curta-Metragem. É já a segunda vez que uma curta deste jovem realizador triunfa num grande festival de cinema, tendo em 2009 "Arena" vencido a Palma de Ouro em Cannes para Melhor Curta-Metragem.
Já "Tabu" de Miguel Gomes, que chegou a ser considerado um dos favoritos a levar o Urso de Ouro para casa, arrebatou dois prémios: o Prémio FIPRESCI (atribuído pela crítica internacional presente no Festival) e o Prémio Alfred Bauer (que visa premiar um filme que abra novas perspectivas para o cinema). Portugal, com estes três prémios, foi o país mais premiado deste ano na Berlinale nas categorias principais.
![Call Me Kuchu](https://fotos.web.sapo.io/i/Bd807bd58/10341126_soiHh.jpeg)
No que concerne aos prémios Teddy, que galardoam os filmes com conteúdos LGBT, foram distinguidos dois filmes americanos, "Keep The Lights On" de Ira Sachs como Melhor Filme e "Call Me Kuchu" de Malika Zouhall-Worral como Melhor Documentário. Nas Curtas-Metragens, o peruano "Loxoro" de Claudia Llosa levou o prémio para Melhor Curta-Metragem, o francês "Jaurès" de Vincent Dieutre ficou com o Prémio do Júri e o Prémio Especial foi para o actor Mario Montez e para o realizador Ulrike Ottiger.
"Keep The Lights On" passa-se na Manhattan de 1998, contando-nos a história do romance que começa por ser um encontro furtivo sem futuro entre dois homens, Erik (Thure Lindhardt) e Paul (Zachary Booth) e que logo se transforma em algo mais. Dois anos depois, o casal partilha casa esforçando-se por criar uma vida a dois. Mas, sexo e drogas, falta de tempo, compulsões e vícios levam a que o relacionamento corra de forma incerta.
![](https://fotos.web.sapo.io/i/B680751f3/10341050_2WfHn.jpeg)
O documentário "Call Me Kuchu" descreve a vida de David Kato, o primeiro activista do Uganda assumidamente gay e assassinado há cerca de um ano atrás. A sua vida está constantemente permeada pelo medo de ataques, mas também pontuada por momentos de alegria e celebração. O filme mostra-nos as frases feitas dos fanáticos cristãos, cheias de ódio e sarcasmo, mas também o bispo Christopher Senyonjo, clérigo que se posiciona ao lado da comunidade gay, oferecendo-lhe a sua protecção contra os constantes ataques.
Luís Veríssimo