“Galdérias” saem à rua este fim-de-semana
Lisboa e Porto são as cidades que vão acolher este fim-de-semana a marcha de protesto contra a "cultura da violação" e que “culpabiliza as vítimas de violação e assédio sexual”.
A Slutwalk, como é designada internacionalmente, nasceu em Janeiro de 2011 quando um polícia canadiano afirmou que as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas. A iniciativa questiona a desculpabilização de determinados comportamentos quando se é homem, mas inaceitáveis quando se é mulher, e reclamar um clima de maior segurança nos espaços públicos, contra o assédio de rua e vários outros comportamentos ofensivos ou mesmo ilegais.
A designação de “galdéria” ou é segundo a organização, que conta com vários colectivos e associações, "qualquer pessoa que pretende afirmar o direito ao seu próprio corpo, o direito à sua sexualidade ou ausência dela, o direito a vestir-se como bem entende, o direito a expressar-se livre e responsavelmente – e que, por isso, é insultada, agredida, discriminada, atacada".
A organização tem várias palavras de ordem, onde se destaca a auto-determinação e o focar de que “não é não”, sempre que tal é dito:
“Se disse sim e já não me apetece… Não é Não!
Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização… Não é Não!
Se vamos para os copos… Não é Não!
Se ponho um decote… Não é Não!”
As pessoas envolvidas na Slutwalk defendem o direito à justiça, à igualdade de género, à vivência segura do espaço público, à pluralidade e à liberdade sexual e saem hoje à rua no Porto e amanhã em Lisboa.