Isilda Pegado não comenta candidatura a Presidente da República
Recorde-se que na semana passada, em entrevista ao jornal i, Santana Lopes afirmou divergir politicamente de Cavaco quanto à "sua actuação no casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fez um discurso para vetar e depois promulgou." Para Santana o problema está no nome porque, segundo o ex-primeiro ministro, "não podemos misturar conceitos, senão qualquer dia nada importa, a não ser o nosso estado de espírito. Não sou anarquista, e as sociedades devem ter regras. E faz parte das regras haver designações diferentes para institutos diferentes. Se as pessoas do mesmo sexo fazem tanta questão de chamar casamento, então chamemos à outra realidade outro nome". Questionado pelo mesmo jornal sobre a adopção de crianças por pessoas do mesmo sexo, o actual vereador da Câmara de Lisboa, defende sempre ter tido "uma posição favorável a essa possibilidade, porque aí o objectivo é o mesmo: dar amor, educar uma criança."
Esta reacção soma-se à de D. José Policarpo que esta semana afirmou não perceber "por que razão o Presidente não usou veto político". Embora reconhecendo a fragilidade do veto, o Cardeal Patriarca de Lisboa argumenta que "pela sua identidade cultural, de católico, penso que [Cavaco Silva] precisava de marcar uma posição também pessoal", disse em entrevista à Rádio Renascença.
Para o cardeal, a decisão de Cavaco poderá ter custos políticos e acrescenta que a Igreja não exigia que o Presidente "fosse tão longe como o Rei da Bélgica, que abdicou por um dia para não assinar uma lei que não queria assinar. Mas, se o fizesse, ganhava as eleições."
Evitando comentar as críticas do Cardeal Patriarca de Lisboa, Cavaco Silva, remeteu para a sua página na internet aqueles que queiram saber aquilo que o Presidente pensa sobre a promulgação do casamento ente pessoas do mesmo sexo.
(actualizada a 1 de Junho)