Junta de Freguesia contra bares gay do Príncipe Real e fala em “verdadeiro nojo”
A Junta de Freguesia das Mercês (Lisboa) está contra a "abertura desmedida de bares de animação nocturna de funcionamento duvidoso e reprovável". No boletim informativo distribuído na freguesia que abrange a zona do Príncipe Real, a Junta presidida por Alberto Bento (PS) queixa-se de que "ninguém fiscaliza nada, como é exigível, nomeadamente a enorme concentração de pessoas nas zonas juntas aos estabelecimentos, a venda de bebidas para a rua, a música em volumes que fazem estremecer quem ali vive e que precisa e tem o direito de poder descansar".
A entidade também critica a atribuição de horários de funcionamento de bares até às quatro da manhã "numa zona residencial". Como o dezanove.pt tem divulgado, nos últimos dois anos, abriram novos bares gay na zona do Príncipe Real, como o Woof LX, o Woof X, o Tr3s ou o Cru. Na Praça das Flores está agora instalado o bar Luz Nocturna. A discoteca Bric transformou-se em Construction, o que tem atraído mais pessoas à rua Cecílio de Sousa. A actividade nocturna tem sido, aliás, tema das assembleias de freguesia desde o ano passado, com vários moradores a queixarem-se do ruído e dos constrangimentos no trânsito.
A Junta aponta o dedo ao "eixo da Rua da Palmeira, Ruben A. Leitão, Cecílio de Sousa, Adelas e Praça das Flores", sem referir a temática dos espaços nocturnos em causa. A Junta sublinha que está a "favor do progresso, do desenvolvimento do comércio, do direito ao divertimento (estamos de acordo), não pode ser entendido como aceitar esta selvajaria (porque é disso que se trata), pois os que aqui moram também têm direito ao descanso, à segurança e de não aceitar que o seu bairro deixe de ter qualidade de vida". No mesmo texto, a Junta diz que "as ruas cheiram mal (qualquer esquina serve de urinol público), junto às portas dos prédios é frequente verem-se copos ainda com bebida e outras coisas, garrafas de cerveja, preservativos usados, etc. Um verdadeiro nojo".