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Spicy Tutuboy quer "queimar as ideias antiquadas"

Continuação da entrevista ao performer que vai abrilhantar a festa Pink! este Sábado em Lisboa.


dezanove: Ficaste em 3º lugar no concurso d’ A Foto Mais Sexy deste Verão. Achaste justo o resultado?

Spicy Tutuboy (STTB): Para mim foi uma grande honra, mas considero que foi sobretudo uma vitória a nível LGBTque um ser como eu, que questiono a cada momento os parâmetros de identidade, de “normalidade” (palavra que me parece totalmente incoerente), de feminino (uso sempre um tutu de bailarina clássica e muitas vezes sapatos de salto alto e maquilhagem) e de masculino (mantenho toda a minha pilosidade corporal bem visível nas pernas, no peito e uso barba) tenha ficado entre os três primeiros classificados. Acho que é uma prova da abertura e falta de preconceitos do meio LGBT.

 

Agora estás a viver em Madrid, como é que esta questão da crise e da austeridade está a afectar o dia-a-dia da cidade?

STTB: Passo a palavra ao Diniz (que também concorreu ao concurso e não ganhou nada –  bom, eu também ainda não vi os prémios… (risos), pois eu não acredito na “crise” - penso que a única “crise” está no espírito das pessoas!

 

Diniz Sanchez (DS) – Apesar de partilhar a opinião do Tutuboy, é uma realidade palpável a que faz que o trabalho escasseie, que se veja cada vez mais homens de negócios que levam a marmita para o trabalho para não gastarem dinheiro a almoçar fora ou que cada vez mais as lojas apostem em promoções para estimular as vendas que têm perdido muita intensidade e ainda assim muitas fecham. No meio cultural é muito, muito pior!
Eu vim para Madrid para fazer parte da equipa do encenador de ópera espanhol Emilio Sagi (que já fez várias óperas no Teatro São Carlos, e que este ano repete a ópera infantil “O Gato das Botas”), e quando já toda a gente falava da “crise”, eu tinha mais trabalho do que nunca. Dois anos mais tarde, sou um artista pobre e endividado, como poucos projectos no meio do teatro lírico e ainda bem que tenho Tutuboy que não me deixa render e me mantém activo!

 

O personagem Spicy Tutuboy tem um prazo de validade? Poderás em breve pôr-lhe fim?

DS – Spicy Tutuboy não é um personagem, eu considero-o como um heterónimo. Ele nasceu independente da minha vontade e está em pleno florescimento, tendo ainda tanto para dar a descobrir que só a ideia de que ele possa desaparecer é insuportável! Espero que ele sobreviva, e que depois da minha morte continue a criar e surpreender-nos! Se ele se decidir aposentar  será por sua única e exclusiva decisão! Eu sou apenas um assistente. E muito orgulhoso de o ser!

 

STTB – Personagem???! Prazo de validade?????! Pôr-lhe fim????! Mas estamos a falar de um pacote de leite ou de um programa de televisão de terceira categoria?!
Desculpem, mas tenho que citar Bibi Andersen: «Guapa pero equivocada!» Neste caso: “guapo pero equivocado!” Se estivesses a entrevistar a Madonna ou a Lady Gaga também lhes fazias esta pergunta??!!
Sou mais jovem que qualquer uma delas e a minha carreira acaba de começar – e para além de um fortuito encontro na rua e uma entrevista, vocês (dezanove, assim como no meio LGBT português) nem sequer me conhecem e já me perguntam qual será o meu fim? Não haverá fim nem princípio: sou como a fénix que renasce das cinzas e que vem para propagar o fogo e queimar as ideias antiquadas e estimular o crescimento de novas e frutíferas ideias… bem spicy biensûr!

 

E para terminar queria convidar-vos a assistir ao meu novo espectáculo «Spicy Tutuboy Inter-National Geographic» que estará em cena todos os Domingos de Novembro (até dia 2 de Dezembro, inclusive) na sala DT Espacio Escenico em Madrid (não existe, ainda, data de estreia prevista em Portugal).

 

Foto de Amelia Rey

 

 

Spicy Tutuboy actua este Sábado no Centro LGBT em Lisboa, na festa Pink! CockWork Orange a partir das 23 horas. Entrada 3 euros.

 

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