Uma vigília pelas vítimas da transfobia
Assinala-se hoje, 20 de Novembro, o Dia da Memória Trans - Transgender Day of Remembrance e o GRIT - Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transexualidade da associação ILGA Portugal irá realizar esta noite, no Centro LGBT, em Lisboa (Rua de S. Lázaro, 88 – Metro Martim Moniz), uma vigília em memória de todas as pessoas trans que foram assassinadas no último ano.
O projecto “Transrespect versus Transphobia Worldwilde” da Transgender Europe, contabilizou mais 265 casos de homicídio a pessoas trans, desde Novembro de 2011. Desde Janeiro de 2008, o mesmo projecto contabilizou mais de um milhar homicídios, em 56 países diferentes.
O Dia da Memória Trans (International Trangender Day of Remembrance) é assinalado anualmente desde 1999, com o objectivo de relembrar todas as pessoas trans (transexuais, transgénero, intersexo) vítimas de homicídio e para alertar a consciência pública sobre os crimes de ódio que continuam a vitimar estas pessoas por todo o mundo, e muitas vezes de forma sistemática.
O GRIT considera que em Portugal, “apesar de não existirem registos claros de vítimas mortais do ódio e da transfobia nos últimos anos, não significa que aqui a discriminação contra as pessoas transexuais seja menos preocupante que noutros países. Devemos relembrar o assassinato de Gisberta Salce Júnior, em 2006, por um grupo de jovens institucionalizados, ou o de Luna, em 2008, que está até aos dias de hoje por esclarecer”. O grupo de activistas entende como “urgente um trabalho continuado contra a discriminação, que crie estratégias para promover a visibilidade social das pessoas trans e a sua protecção legal. Neste sentido, é fundamental a inclusão da categoria "identidade de género" em todas as provisões legais anti-discriminação, assim como garantir o acesso a cuidados de saúde específicos para todas as pessoas trans que deles necessitem.”
Num comunicado a que o dezanove.pt teve acesso o GRIT declara que não se limita a relembrar e a contabilizar as vítimas do ódio e da transfobia: “relembramos também que somos pessoas, e temos direito à vida, à cidadania, à dignidade e à igualdade.”