França torna-se o 14º país a legalizar casamento entre pessoas do mesmo sexo
“Egalité!” Foi ao grito de igualdade que a Assembleia Nacional de França aprovou esta terça-feira o casamento para todos, a designação adoptada neste país e que concede iguais direitos a casais homossexuais e heterossexuais. A adopção de crianças por casais do mesmo sexo é permitida automaticamente por inerência da lei do casamento.
O Parlamento francês aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo por 331 votos a favor e 225 contra.
Depois de uma promessa eleitoral de François Hollande, que ainda terá que ratificar a lei, assistiram-se nos últimos 12 meses a vários revezes, manifestações com milhares de pessoas nas ruas e a uma escalada de violência homofóbica sem precedentes, como foi mediatizado através do caso Wilfred de Bruijn.
Além de Hollande, a principal impulsionadora da lei foi Christiane Taubira, Ministra da Justiça, nome pela qual esta reforma acabou por se tornar conhecida. Esta tarde após a votação no Parlamento Taubira declarou: “Não tirámos nada a ninguém. Pelo contrário, reconhecemos os direitos dos nossos concidadãos e concedemos os direitos a todos os casais”.
No Marais, o bairro adoptado pela comunidade gay de Paris, a festa começou logo que a votação foi conhecida.
Contra a igualdade
Nos últimos dias foram várias as manifestações de protesto pela previsível aprovação da lei hoje ocorrida. Foi criado inclusive um grupo para combater esta lei, os Hommen. Durante o dia a hashtag #IlFautTuerLesHomosexuels (morte aos homossexuais) tornou-se popular na rede de microblogging Twitter em França. Os protestos e confrontos com a polícia sucederam-se frente à Assembleia Nacional. Os Conservadores querem um referendo e já anunciaram que irão recorrer ao Tribunal Constitucional para declarar a lei inconstitucional.
Depois da Nova Zelândia a semana passada, França torna-se o 14.º país no mundo, e o nono na Europa, a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os primeiros casamentos podem realizar-se a partir de Junho e não estão restritos apenas aos cidadãos de nacionalidade francesa.