Apesar do ambiente de temor, Kiev realiza primeira marcha do orgulho LGBT (com vídeo)

Na capital da Ucrânia, Kiev, conseguiu realizar-se este Sábado a primeira Marcha do Orgulho LGBT. Apesar dos temores de violência e do Tribunal Municipal ter proibido a realização de todos os eventos que não faziam parte do Lista Oficial de Eventos do Dia de Kiev na zona central da cidade (local onde estava inicialmente agendada a realização da marcha), os organizadores, em cooperação com as autoridades locais decidiram alterar o local para a Avenida Vitória, um local relativamente perto da zona central da cidade, mas não sujeito à proibição.
A marcha teve início por volta das 10h locais e foi decidida e organizada à “porta fechada” de modo a garantir a segurança dos participantes, que apenas foram avisados por mensagens de texto que lhes diziam quando e onde se deveriam encontrar.
A marcha que durou certa de uma hora contou com a presença de mais de meia centena de pessoas que seguravam bandeiras do arco-íris, erguiam cartazes com frases como “Direitos LGBT = Direitos Humanos” e lutaram pelos direitos dos homossexuais, bissexuais e transgéneros na Ucrânia.
Na marcha estiveram presentes: uma delegação de cerca de 10 participantes da cidade de Munique, que traziam uma faixa que dizia “Munique cumprimenta a cidade-irmã – Kiev”; os representantes das embaixadas dos Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha, Suécia, Países Baixos e França, e ainda com o membro do Parlamento Europeu, Komelisson.
Entre os 10 participantes de Munique estavam Wieland e Une, um casal gay casado em Munique, que afirmavam estar orgulhosos de participar no primeiro evento do tipo naquela cidade. Também de Munique estava o vice-presidente, Hep Monatzeder, que estava presente para mostrar o seu apoio aos direitos humanos e à comunidade LGBT da Ucrânia, e disse: “O Pride vai continuar (…) Isto irá iniciar uma discussão (…) que irá mudar a maneira como as pessoas pensam”. E explicou: “a Alemanha começou com um pequeno percurso. Agora temos um grande desfile anual, e os manifestantes que no início eram contra a ideia do desfile, hoje são parte integrante dele”.
E também da Suécia existiam participantes, como era o caso de Zafire Vrba que afirmou “Estou feliz porque finalmente vamos marcha!”
A coordenação da marcha contou com uma equipa da Amnistia Internacional, e com o apoio de organizações dos direitos humanos como Freedom House, Human Rights Watch, Centro de Direitos Humanos Progresso de No Borders, entre outros.
Durante o evento existiu policiamento composto por cerca de 1000 e soldados, dos quais 300 polícias eram tropas de choque, que estavam presentes para evitar os confrontos entre os manifestantes anti-gay (membros da extrema direita Svoboda e crentes Ortodoxos) e os participantes da marcha. Segundo a impressa ucraniana foram detidas 10 pessoas que tentaram impedir a acção: desde jovens que tentaram romper o cordão policial, a idosos religiosos e fanáticos que bloquearam a Avenida Vitória.
No final dos cerca de 300 metros percorridos os participantes entraram para um local vedado por um portão de ferro, e daí foram levados de autocarro para um local seguro.
No final os organizadores disseram estar felizes com o resultado e no Site Oficial o Comité Organizador do KyyivPrayd2013 agradeceu “aos representantes da polícia de Kiev por manter a ordem durante a marcha da igualdade”.
Recorda o que se passou em Kiev em 2012 aqui