Mykki Blanco actua esta noite no Lux (com vídeos)
Oriundo de Nova Iorque, Mykki Blanco é uma das novas apostas do hip-hop norte-americano. Com um visual transformista arrojado, é conhecido pelas inebriantes actuações ao vivo. Para além de músico, Mykki Blanco editou também um livro de poesia.
Mykki, a stage persona de Michael David Quattlebaum Jr, é a rapper, diva, punk demolidora com uma missão: abaixo a normatividade. Ela é a transgressora que parte todas as convenções com o mesmo impulso que nos põe a suar em bica, até porque mudar os códigos custa, é duro e sai-nos do corpo. E, como uma força destas não fica escondida por muito tempo, em menos de um ano Mykki passou de artista do underground nova-iorquino a celebridade da internet, com milhares de seguidores por todo o mundo.
Longe de ser consensual, muitos declaram-lhe amor, dos activistas aos cool kids, das revistas de moda ao Terry Richardson, todos a veneram. Na verdade, nem todos, uma figura destas cultiva os maiores ódios, sobretudo numa indústria como a do rap, onde um homem vestido de mulher é visto como o fim do mundo. No entanto, considerá-la um statement de androginia é reduzi-la, porque Mykki entrou no nosso universo para assegurar que, tanto ela como nós, somos livres e ninguém nos dita as regras. Prestes a ter estatuto de “maior que a vida” e de “a voz de uma geração”, a sua música é tão, ou mais, desordeira que ela. O seu primeiro álbum tem o nome de "Cosmic Angel: The Illuminati Princess" O segundo - "Betty Rubble: The Initiation" - acaba de sair. Quando entra num palco, Mykki é a catarse. Ora de peruca loira, ou de vestido curto de latex, ou de tronco nu a mostrar a tatuagem no peito a dizer 'Pony Boy', Mykki debita os versos do apocalipse, cospe fogo, convida-nos para o inferno. Esta quinta-feira, às 22 horas, actua no Lux, em Lisboa. Já no ano passado tinha passado pela capital, para actuar na Zé dos Bois.