A Marcha de Lisboa sem FaraDiva seria a mesma coisa?
Provavelmente não, por isso o dezanove.pt entrevistou a responsável pela animação que atravessou as ruas de Lisboa, durante a Marcha do Orgulho LGBT que decorreu este Sábado. Em cima de uma carrinha dançou, gritou palavras de ordem e, num tom bem-humorado, provocou quem passava. FaraDiva (ao centro na foto) em discurso directo.
dezanove: Sem ti a Marcha era a mesma coisa?
FaraDiva: Quem disse isso?
Por acaso disseram-me isso há pouco. Mas será que és realmente boa no que fazes ou é a Marcha que não tem animação?
Eu venho à Marcha por gosto para animar as pessoas. A Marcha é animada. Ao longo dos anos tem vindo muito gente nova. Eu sou uma mais-valia.
Quando vês os vídeos da marchas estrangeiras não te parece que a de Lisboa é mais enfadonha?
A nossa Marcha é divertida, reflecte é o tamanho de Portugal. Não vamo-nos comparar às Américas ou ao Brasil porque não temos 22 de milhões de pessoas como em São Paulo. O importante é que a Marcha tem vindo a trazer pessoas novas, gente interessada e turistas. Na Marcha há muita política. A organização faz de que questão que saiamos à rua com palavras de ordem. As pessoas se calhar estão à esperar de mais drag queens, mais plumas...
Onde estavam as drags este ano?
Vou lançar um tópico. Há muitos artistas, animadores e drag queens que podiam aderir ao movimento e à Marcha. Faço uma crítica a essas pessoas que aderem mais ao Arraial Pride do que à Marcha.
Porque acontece isso?
Por uma questão de interesse. Mas a Marcha está a crescer e essas pessoas fazem falta, tal como figuras nacionais e celebridades que, sem preconceitos, podiam estar aqui.
Fica alguma história engraçada desta Marcha?
Adoro interagir com as pessoas. Os turistas quando nos vêem acham o máximo. Os australianos ou chineses estão cá de férias e não estão à espera de nos ver a descer o Chiado. Ainda hoje encontrei um casas de lésbicas que não sabia que ia haver a Marcha. Nós temos um bom equilíbrio entre o celebrar e a festa e uma parte democrática, de luta, de consciência. A leitura dos manifestos das associações é muito importante. Os próprios discursos estão cada vez mais inteligentes. Temos de confiar uns nos outros para que o movimento LGBT vá para a frente. Nós somos reconhecidos pela sociedade mas ainda há muito preconceito.
Costumas ir à Marcha do Porto? Que diferenças há entre as duas cidades?
Nos últimos dois anos, por questões de trabalho, não tenho ido. Mas posso dizer que há um líder, o João Paulo, que, com as associações, todos os anos luta com toda a força para que a Marcha se realize e que haja um dia no Porto que assinale a luta pelos direitos LGBT.
Vê aqui as fotos e o vídeo da Marcha do Orgulho LGBT 2013 de Lisboa