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O agora Festival Internacional de Cinema Queer, que abandona definitivamente o título Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, irá decorrer de 20 a 28 de Setembro. No total serão apresentados 93 filmes entre curtas e longas-metragens. A conferência de imprensa decorreu esta terça-feira.

O grande destaque deste ano irá para o filme autobiográfico "E agora? Lembra-me" (2013) de Joaquim Pinto, que será apresentado em sessão única às 22h do dia 22. O realizador recorre ao documentário para nos mostrar como é viver e conviver com VIH e o VHC (Vírus da Hepatice C) há quase 20 anos. "E Agora?" é o caderno de apontamentos de um ano de ensaios clínicos com drogas tóxicas e ainda não aprovadas para o VHC. Uma reflexão aberta e ecléctica sobre o tempo e a memória, as epidemias e a globalização, a sobrevivência para além do expectável, a dissensão e o amor absoluto. Num vai e vem entre o presente e passados, o filme é também um tributo aos amigos que partiram e aos que permanecem. Com Nuno Leonel, seu marido, Joaquim Pinto assina também a fotografia, a montagem e o som.

Destaque também para o surgimento da secção In My Shorts, competição de filmes de escola europeus, com a ESTC - Escola Superior de Teatro e Cinema, a ser a convidada portuguesa, onde, por exemplo, Flávio Gonçalves, jornalista do DN, compete com duas curtas-metragens: "As Flores do Mal" (2013) e "Noite de Aniversário" (2013).

Foi divulgada na íntegra a programação da secção Queer Focus, este ano dedicada aos cruzamentos entre as geografias humanas e a sua relação com a cidade. Destaque para a tão aguardada estreia da longa‐metragem grega "Boy Eating the Bird's Food" (2012), um arrojado e comovente retrato do percurso de um jovem que perde tudo, na Atenas de hoje.

No que toca à secção Queer Art, foram divulgados três dos seus principais títulos: "Gore Vidal: The United States of Amnesia" (2013), de Nicholas Wrathall; "Bette Bourne: It Goes With the Shoes" (2013), de Jeremy Jeffs e Mark Ravenhill; e "Wonder Women! The Untold Story of American Superheroines" (2012), de Kristy Guevara‐Flanagan.

No Queer Pop, o grande destaque deste ano vai para o trabalho do ícone pop David Bowie, que ao longo da sua carreira desafiou conceitos de sexualidade e género, tendo já um legado fundamental em termos audiovisuais que continua a influenciar novas gerações. Homenageado este ano com uma retrospectiva no Victoria & Albert Museum de Londres, esta sessão do Queer Pop revisita telediscos lendários como o "John, I'm Only Dancing", de 1972, ou o mais recente "The Next Day".

 

Luís Veríssimo