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Nem na mata se encontram histórias assim

"Talvez Um Dia", uma comovente história sobre adopção (com vídeo)

Se tal como Marco, o adolescente com Síndroma de Down desta história, gostas de finais felizes este filme não é para ti. Baseado em factos verídicos, "Talvez Um Dia" ("Any Day Now", EUA, 2012), de Trevis Fine chega oportunamente a Portugal numa altura em que se conseguiu protelar a legislação sobre a adopção de crianças por casais do mesmo sexo.

Desde cedo assistimos a um período onde advogados procuraram a jurisprudência de casos para que daí saissem resoluções que servissem às famílias que não encontram nas actuais leis as respostas que anseiam. A história de Paul e Rudy - um casal gay que quer adoptar um adolescente - é das primeiras mediatizadas e teve, por isso, contra si, toda uma amálgama de preconceitos e sem a jurisprudência que em alguns casos de hoje ajudam a obter outras respostas que não um indiferido imediato.

O filme consegue trazer-nos um espiral de estereótipos desde o travesti que persegue o sonho de uma vida melhor, um recém divorciado que se inicia na homossexualidade e um jovem com síndrome de Down abandonado por uma mãe toxicodependente. É este jovem, possuidor de "um sorriso que ilumina toda uma sala" e que apaixona qualquer espectador, o eixo do filme. Tantas vezes negligenciado pela progenitora, sujeita a um estado de dependência crónica, Marco (Isaac Leyva numa brilhante e premiada interpretação) encontra em Rudy e Paul (Alan Cumming e Garret Dillahunt) o carinho e o afecto da família que nunca teve. Depois de uma série de barreiras ultrapassadas e ocultadas tudo parece correr de feição nesta "custódia", não fora toda esta felicidade ser ilegal aos padrões da época, que mais de 30 anos depois ainda perduram. "Talvez Um Dia" mostra-nos que a distância legal entre 1979 e 2013 é praticamente inexistente.

Destaque ainda para Rufus Wainwright que contribuiu para a banda sonora com "Metaphorical Blanket" neste filme, distinguido pela GLAAD - Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação - como Melhor Filme em 2012.

O filme estreia hoje em quatro cidades portuguesas: Lisboa, Porto, Coimbra e Almada.

 

4 em 5 estrelas

 

 

Paulo Monteiro

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