Morreu José Esteban Muñoz, importante teórico queer
Um dos mais destacados professores de teoria queer, José Esteban Muñoz, autor de diversas obras dedicadas à temática das minorias e da identidade – como Disidentifications: Queers of Color and the Performance of Politics (1999) e Cruising Utopia: the Then and There of Queer Futurity (2009) - faleceu no início deste mês, anunciou a University of Minnesota Press. A causa da morte não foi revelada.
Muñoz, que nasceu em Havana em 1967, era professor no departamento de Performance Studies da Tisch School of the Arts (Universidade de Nova Iorque) e abordava a teoria queer do ponto de vista dos estudos de cultura e em particular dos estudos de performance, com um atento olhar para as questões da identidade – étnica, sexual e de género. Depois de ter estudado na Universidade de Duke com outra relevante teórica queer, a também precocemente desaparecida Eve Kosofsky Sedgwick (1950-2009), José Esteban Muñoz dedicou-se a escrever sobre artistas e criadores, como Vaginal Davis, Nao Bustamante, Carmelita Tropicana, Isaac Julien ou Andy Warhol. Em co-autoria, publicou ainda Pop Out: Queer Warhol (1996) e Everynight Life: Culture and Dance in Latin/o America (1997).
Um das principais ideias da obra deixada por Muñoz prende-se com a asserção de que a maturidade da perspectiva queer ainda não chegou plenamente, desmentindo o “aqui e agora” da acção política mais afirmativa. Mas o queer, afirmava, é um compromisso para um futuro – uma utopia, que nos deve manter pragmáticos e inspirados na construção de um amanhã melhor.
Mónica Guerreiro