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Edith Windsor, a matriarca do movimento LGBT, distinguida pela revista Time (vídeos)

A revista Time elegeu como Personalidade do Ano de 2013 o Papa Francisco. Relativamente à comunidade LGBT, o Papa considera que não tem o direito de julgar as pessoas. Mas como refere Howard Chua-Eoan, colaborador da Time, o Papa não foi mais longe que isto. Em segundo lugar ficou Edward Snowden, e em terceiro ficou Edith Windsor.

Quem é Edith Windsor?

Edith Windsor, a quem sempre chamaram Edie, nasceu em 1929 em Filadélfia. Durante a adolescência teve vários namorados. Acabou por vir a casar com um, embora por esta altura já tivesse tido um envolvimento com uma mulher. Decidiu que não queria enveredar por um "estilo de vida gay" dado o "contexto homofóbico dos anos '50". O casamento durou menos de um ano. Edie disse-lhe que "ele merecia mais" e que "ela precisava de outra coisa".

Já em Nova Iorque, estuda Computação e tem uma carreira de sucesso na IBM. Em 1963, conhece Thea Spyer, com quem inicia uma relação que é mantida em segredo. "Mentia o tempo todo", recorda Edie. Em 1967, Thea pediu Edie em casamento, oferecendo-lhe um alfinete de diamantes em vez de um anel de noivado. Edie explica que "não podia usar um anel porque as pessoas iriam querer saber quem era "ele" e quando "o" podiam conhecer". Apesar do noivado, não se sentiam confortáveis na comunidade LGBT, algo que foi mudando no decorrer das décadas seguintes.

Em 1993 registam a sua união civil nos EUA e em 2007 casam no Canadá. Após 32 anos de casamento, Thea morre e Edie recebe uma notificação para o pagamento de impostos sobre a herança que Thea lhe tinha deixado. A Lei de Defesa do Casamento (DOMA) estava em vigor, impedindo o reconhecimento do seu casamento e, como tal, a isenção desses impostos. Edie decidiu lutar e, em 2010, interpôs um processo judicial alegando que essa lei violava o direito constitucional da igualdade. Em 2013, o Supremo Tribunal dos EUA viria a dar-lhe razão e considerou a lei inconstitucional. Como bem sabemos, o impacto desta decisão foi estrondoso.

Hoje, Edith Windsor é considerada a matriarca do movimento LGBT. Edie, como é conhecida, afirmou: "a comunidade gay é a minha 'personalidade do ano'". Mas hoje, já com 84 anos, Edie ainda se recorda de uma pergunta que colocou a Thea por altura do seu noivado: "Apesar do nosso sucesso, o que poderia ter sido [a nossa vida] se não tivéssemos empregue tanta energia em escondermo-nos?"

A história de Edie e Thea já foi alvo do documentário "A Very Long Engagement", realizado em 2009 por Susan Muska e por Greta Olafsdottir, tendo conseguido obter mais de 20 prémios internacionais.

 

  

Paulo Bernardo