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Goucha revela o que mãe lhe disse quando saiu do armário: "Só quero que sejas feliz" (vídeo)

Várias figuras foram homenageadas este Sábado na 11ª edição dos Prémios Arco-Íris organizados pela associação ILGA Portugal. Um anfiteatro repleto recebeu ainda o coro CoLeGas numa actuação que precedeu o discurso do presidente e da vice-presidente Paulo Côrte-Real e Isabel Advirta. Ambos lembraram as conquistas do ano de 2013 e pediram reforço de associados e donativos para a prossecução dos objectivos da associação em 2014.

Numa apresentação humorística, Ricardo Araújo Pereira conduziu a cerimónia onde o sketch do “vrenhec” foi recordado a par de uma explicação para a qualidade dos comentários homofóbicos e transfóbicos que invadem os jornais online em Portugal. O humorista revelou que, afinal, são macacos os responsáveis pelos textos das citadas caixas de comentários.

 

Os premiados

A primeira distinguida de uma série de seis foram os responsáveis pela campanha “Dislike Bullying Homofóbico”, um anúncio na televisão e postais que alertaram para o peso do insulto na discriminação das pessoas LGBT. Fátima Duarte, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e que executou a campanha, revelou que nos próximos quatro anos estão ainda previstas duas campanhas que visam combater a discriminação por orientação sexual ou identidade de género.

 

A Escola de Polícia Judiciária (EPJ) foi outra distinguida pela associação ILGA Portugal. A EPJ recebeu formação da ILGA e continua a colaborar com a associação que em 2013 lançou o Observatório da Discriminação que permitiu recolher dados sobre a violência que as pessoas LGBT são alvo. Segundo os dados do Inquérito LGBT Europeu mostram que 23% das pessoas LGBTforam alvo de crimes de ódio ou ameaças de violência entre 2008 e 2012. Carla Falua, directora da EPJ, sublinhou o tema de uma das suas campanhas “vamos parar os crimes de ódio”.

 

Um dos mais aplaudidos da noite foi Lourenço Ódin Cunha. O ex-concorrente da Casa dos Segredos 4 e também distinguido pelo dezanove como Personalidade do Ano, foi premiado por ter ajudado a quebrar o tabu em relação às pessoas transexuais e por ter respondido num programa e grande audiência de forma simples e directa a questões sobre o seu processo de transição.

 

“Só quero que sejas feliz.” Goucha recordou a resposta da mãe quando o apresentador da TVI lhe revelou que era homossexual. Poder contar com o apoio da mãe desde os 18 anos fez com que Goucha dissesse para todos os presentes que “não há Bernardina ou Bernardino nenhum que venha abalar [essa estrutura de apoio].”

Efusivamente aplaudido Manuel Luís Goucha fez-se acompanhar durante o evento pelo companheiro, numa noite que o premiou pelo seu trabalho nas manhãs da TVI. Primeiro, por promover debates sobre os temas da co-adopção (relembra-os aqui, aqui, aqui e ainda aqui). Depois, por assumir de forma pública a recusa do insulto, uma coisa “suez, vil e rasteira” nas palavras do apresentador, lembrando a polémica envolvendo uma concorrente da Casa dos Segredos

 

O argumentista Pedro Lopes recebeu o prémio pelas mãos do embaixador do Projecto Tudo Vai Melhorar, o actor Ângelo Rodrigues que interpreta uma personagem homossexual na novela Sol de Inverno. O primeiro beijo e casamento entre dois homens numa novela do horário nobre da SIC, Dancin’Days, é também da responsabilidade deste argumentista premiado por “uma ficção que ajuda a ver e a perceber a realidade”.

 

A fechar a lista de premiados a associação de defesa das pessoas LGBT homenageou os 99 deputados que votaram sim à co-adopção. Um palco preenchido de deputados encabeçados por Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves que com os seus projectos querem dar uma lei às crianças no seio das famílias que já existem. A próxima batalha está marcada para dia 16 no Parlamento.

A noite em que se premiaram os que lutam pela igualdade e pela defesa das pessoas LGBT conto com uma actuação especial de Lena de Água e culminou numa festa ao som dos DJs Almada Guerra e Simplesmente Maria.

 

 

Álbum de fotos aqui.

 

Fotos da reportagem da autoria de Bruno Ôchoa e Hélder Lopes (ILGA Portugal)

 

Paulo Monteiro