Perante uma plateia cheia foram discutidos vários temas e histórias pessoais antes da exibição do filme, através de um painel composto por Alexandre Quintanilha (deputado e investigador), Richard Zimler (escritor), Kamal Mansinho (director do serviço de doenças infecciosas do Hospital Egas Moniz) e Luís Mendão (presidente do GAT). 

A força deste documentário reside na sua tristeza e angústia intrínsecas, quer seja pelo sofrimento que todos os pacientes diagnosticados com SIDA passaram e a sua rápida decadência e morte, que na altura em que esta doença surgiu era algo completamente novo e assustador porque a fatalidade era certa e o único caminho possível. A adaptação de um hospital em São Francisco (EUA) e o destaque aqui para uma equipa de enfermagem que criou de raíz uma ala onde eram dados os cuidados a pacientes seropositivos e onde se caminhou arduamente para uma alteração de mentalidades e de aprendizagem à medida que o mundo inteiro também ia descobrindo este novo vírus e a forma como este se transmitia e se lidava com ele, na busca incessante de uma cura ou de um tratamento.

Este é um documento importante para se aprender e perceber a mentalidade social daquela época, principalmente nos EUA, e para que possamos crescer, respeitando o passado e contribuindo para uma maior consciência sobre o VIH e sobre a SIDA e o que significa hoje ter este vírus, que felizmente já tem tratamentos mais eficazes e a sua fatalidade é bastante reduzida.

André Marques