Fidel Castro assume responsabilidade pela perseguição de homossexuais em Cuba
Fidel Castro declarou ser responsável pela perseguição de gays nos anos 60 e 70 em Cuba. O antigo presidente afirmou esta semana em declarações ao jornal Mexicano “La Jornada” ter havido momentos de “grande injustiça” contra a comunidade gay, admitindo que “se alguém é responsável, sou eu”.
“El Comandante” desempenhou funções de primeiro-ministro de Cuba entre 1956 e 1976 e depois de chefe de estado entre 1976 até 2008, e acreditava que a diversidade sexual era uma consequência corrupta do capitalismo. Durante o regime, vários homossexuais foram enviados para campos de trabalho forçados para serem “reeducados” e para os libertar das suas “tendências contra-revolucionárias”.
Após uma ausência de quase quatro anos, naquela que é a sua primeira entrevista a um jornal estrangeiro desde Junho, o ex-líder cubano confessou que não prestava atenção ao problema da homofobia: “Naquele tempo tínhamos demasiados problemas, estávamos constantemente a ser sabotados e havia vários ataques armados contra nós.”
Nos últimos anos, Mariela Castro, sobrinha de Fidel e filha do seu sucessor, Raul Castro, encabeça o Centro Nacional para a Educação Sexual de Cuba e tem sido uma voz activa na campanha pela igualdade de direitos da comunidade LGBT, acesso ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à cirurgia para redesignação de sexo.
Em Cuba as relações entre parceiros do mesmo sexo foram despenalizadas em 1979 e desde 2008 são disponibilizadas operações gratuitas para mudança de sexo através do sistema nacional de saúde cubano.