Q: Lotação esgotada na abertura do Queer Lisboa
As honras de abertura do festival foram efectuadas por Albino Cunha, da Associação Cultural Janela Indiscreta, e por João Ferreira, director artístico, que agradeceram a todos aqueles que, entre voluntários e entidades, tornaram possível esta 14ª edição. Em palco estiveram o júri do festival, voluntários e o representante da EGEAC, que co-produz o evento que “mostra dinamismo a cada ano”.
O primeiro de nove dias de festival no Cinema São Jorge começou com o filme do realizador brasileiro Aluizio Abranches “Do Começo Ao Fim”. Sala repleta pelo que a oportunidade de (re)ver o filme é hoje às 17 horas.
Ainda nos momentos que antecederam a sessão de abertura estiveram presentes em frente do Cinema São Jorge cerca de duas dezenas de pessoas que se manifestaram de forma pacífica envergando faixas “Contra o Apartheid Israelita” e em “Solidariedade com a Palestina”.
Novidades
À chegada ao festival de cinema gay e lésbico todos aqueles que utilizam a tecnologia Bluetooth no telemóvel são convidados a aceitar uma aplicação ecológica: nada menos do que a programação completa do Queer Lisboa 14 para consulta gratuita.
O renovado Cinema São Jorge, que abriu as portas após obras de intervenção propositadamente para o Queer, tem agora assentos que proporcionam maior conforto, o ar condicionado em funcionamento e uma área acessível para portadores de deficiência motora ou com dificuldade de locomoção.
Durante os discursos da sessão de inauguração foi possível assistir a interpretação de língua gestual portuguesa para um grupo de espectadores.
Reacções
Rita Blanco, que integra o júri que escolherá qual das dez longas-metragens a concurso deverá ser a vencedora do festival, disse ao dezanove estar bastante satisfeita com este convite. A actriz, que provocou alguns momentos bem-humorados na sessão de abertura, confidenciou que gosta de cinema e por essa razão é que estava ali. Em declarações ao dezanove sobre a importância da causa LGBT, a actriz defendeu “direitos iguais, estatutos iguais e o lutar sempre pela liberdade”.
Após a sessão de abertura, Albino Cunha afirmou ao dezanove que as expectativas foram cumpridas e deixa como sugestão pessoal para este Queer "todos os documentários".
Para João Ferreira, a abertura “correu bem” e tem em simultâneo algo de “final de festival” porque representa a “conclusão de um esforço e uma sensação de alívio”. “O nosso objectivo durante o festival é agradar a um leque grande de espectadores e manter a qualidade até ao fim”, disse o director artístico, que acrescentou “queremos que cada um encontre aqui algo que goste”. Como sugestão pessoal, João Ferreira aponta a longa-metragem “Open”, que “trata a questão dos transgéneros como nunca vi”, refere.
Miguel Pinto, da Associação ILGA Portugal, partilha com o dezanove que esta é a oportunidade de “ver um tipo de cinema focado na população LGBT que não temos oportunidade de ver ao longo do ano” e que o Queer “proporciona o aumento da visibilidade e o sentido de comunidade, isto é, criar força dentro de um grupo de pessoas para que estas se apercebam dos seus direitos”.
Fotos do Queer Lisboa 14 no Facebook do dezanove