“Dahmer– Monster: The JeffreyDahmerStory”, realizado por Ryan Murphy e com Evan Peters como protagonista, é a série documental mais vista dos últimos tempos na Netflix e a mais recente polémica da plataforma de streaming.
No passado mês de Agosto, como resultado da lei que ficou conhecida como “Don’t Say Gay”, um distrito escolar da Flórida (EUA) adoptou novas regras que podem forçar as escolas a revelar as identidades LGBTI+ (lésbica, gay, bissexual, trans, intersexo, entre outras identidades minoritárias fora das normas de género) de estudantes às suas famílias, e proibir a sua autodeclaração por parte de docentes ou estudantes.
Já saíste do armário, mas há quem goste de te empurrar lá para dentro, por mais que não seja para ir ao casamento do primo, sem chamar as atenções? Está aberta a época dos eventos familiares.
É o Verão a subir termómetros, é a suspensão do trabalho a diluir inquietações, as férias a autorizarem mais tempo-livre, a ameaça da COVID-19 a diminuir e a descontrair vigilâncias. Tirando partido das horas extra de luz, os corpos parecem reencontrar o gosto e a disponibilidade para a descontração e para o prazer físico – à nossa volta, e de todos os quadrantes, desperta agora em força a energia libidinal que os dias de frio mantiveram latente.
Não tenho muita necessidade de me colocar em caixas, mas há uma que me assenta como uma luva: Sapiosexual. A inteligência de uma pessoa desperta em mim um forte poder de atração. Estou por isso a passar por uma grande crush por Monique Wittig.
No silêncio dos silêncios, aos simbolismos construídos pela mente, surgem tantas vezes as dúvidas geradoras de medos que assolam os dias e as noites. São monstros que partilham o espaço mais íntimo da própria essência.
Portugal é um país que viveu durante muito tempo à sombra da ideia que é um país de "brandos costumes". Com isto, queria dizer-se que Portugal é um país tolerante. Mas isso é um mito que cresceu paralelamente ao significado real da expressão.
Como esta é a crónica número 19, achei que esta semana era a ocasião ideal para celebrar o primeiro aniversário da minha primeira desilusão depois de ter ficado solteiro.
Hesitei bastante em escrever este texto, porque desejava, por tudo, conseguir ignorar toda a enxurrada de merda que me leva a escrevê-lo. Mas, compreendendo que é o nosso silêncio que querem, cá me têm por calar.
Como pessoa com consciência política que sou, costumo seguir vários programas de comentário político. Entre eles, sigo o “Princípio da Incerteza”, herdeiro do “Circulatura do Quadrado” (este, por sua vez, do “Quadratura do Círculo” e por aí além).
Numa crónica anterior, a propósito de Paulo Rangel (a minha estreia para o dezanove.pt) referia como era importante a comunidade LGBTQIA+, em primeiro lugar, reconhecer que, quer queira, quer não, a sua existência é uma realidade política; e, em segundo lugar, em virtude disso mesmo, que é absolutamente imprescindível que se consciencialize politicamente, vote em quem realmente a defende e invista em aceder aos locais de poder, para deixar de estar dependente da intermediação nos não-LGBTQIA+ e da sua boa-vontade, para que os seus direitos sejam defendidos.
Dizem que a vida é feita de escolhas e que temos o poder do livre-arbítrio, mas ao mesmo tempo as nossas escolhas já são pré-concebidas, vivemos numa sociedade em que ainda há profissões que são de homens e profissões para as mulheres, vivemos numa sociedade que nos faz acreditar que nós, mulheres, temos de nos diminuir para cabermos em lugares onde não cabemos, vivemos numa sociedade em que para ter sucesso a mulher tem de agradar, mas para agradar ela não pode ser demasiado bem-sucedida.
As próximas duas semanas irão ver publicada em duas partes uma crónica escrita há cerca de dois meses atrás. É um daqueles textos que eu decidi deixar na gaveta a marinar durante uns meses enquanto decidia se o partilhava ou não e foi, em parte, o texto que me desligou finalmente daquela saga acerca da qual vocês já devem estar cansados de ouvir. No entanto, penso que de todas as crónicas que escrevi e partilhei até agora, esta foi talvez a que mais me ajudou a arrumar definitivamente as ideias e a deixar ir uma pessoa após perceber que não havia rigorosamente nada a recuperar daquela situação. Leiam-na, por isso como um flashback a uma altura para a qual agora olho como uma experiência de aprendizagem e amadurecimento valiosa.