"Sabes aqueles alvos do tiro com arco? Parece que carrego um nas costas. Sou uma pessoa tranquila e respeitadora mas, pelo simples facto de existir, de ser homossexual, parece que incomodo muita gente."
Diogo Faro, muito activo nas suas redes sociais, nomeadamente no que diz respeito aos direitos das minorias, partilhou na sua conta de Instagram, a 6 de Janeiro, uma história sobre Miguel Milhão, o fundador da Prozis – homem que já se manifestou contra o direito à IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez), que criticou a Vodafone por apresentar uma campanha publicitária que abordava a homossexualidade e que é manifestamente contra o socialismo, muito embora tenha recebido 18,5 milhões euros de fundos públicos.
Devido à crescente visibilidade da Não Monogamia, tem havido maior circulação de informação e debate, criando mais oportunidades para conhecer, esclarecer, reflectir e aprofundar conceitos e entendimentos sob diversas perspectivas.
Quem hoje tem mais de cinquenta anos é provável que os seus pais se enquadrem no conceito tradicional da monogamia. Nas gerações mais antigas, era predominante ter-se um único parceiro afectivo-sexual ao longo da vida. No entanto, relações vitalícias nem sempre refletiam relações felizes. As pessoas casavam-se quase sem se conhecerem; a conjugalidade implicava papéis de género que resultavam em dependência financeira das mulheres. Para além disso, o moralismo religioso contribuía frequentemente para a permanência em relações insatisfatórias.
Nas ruas, nas lojas, nos meios de comunicação social o Natal já chegou em força. Em teoria, uma época de alegria e felicidade, altura de amor e de partilha com a família e com os amigos.
Estou numa sala de espera e da rua chega-me a voz de Sara Tavares, a consternação generalizada repete as suas canções na rádio e nas nossas casas e é impossível não me transportar até 1994, para assistir à sua maravilhosa interpretação de Whitney Houston.
Marina Machete, o nome com que me tenho cruzado diversas vezes nos últimos dias nas redes sociais e, em alguns momentos, com comentários bastante infelizes. Começo por vos dizer isto: Marina Machete é uma Mulher.
Segundo Aristóteles, “não é nobre ansiar por receber favores, porque só os infelizes precisam de benfeitores, e a amizade é antes de tudo liberdade. O estado mais virtuoso de ser “. Trata-se da amizade por virtude, a amizade em sentido pleno. Essa amizade, segundo Aristóteles, diferentemente da amizade pelo prazer ou pela utilidade, tende a ser mais duradoura, e é a verdadeira amizade, pois é fundada no bem em si, desinteressada do interesse pessoal. Na amizade, no verdadeiro sentido da palavra, o indivíduo “A” quer para o indivíduo “B” o que for bom para o indivíduo “B”, porque quer o bem de “B”.
Assistimos esta semana por parte da Santa Sé à revelação de um novo documento que vem mudar em 180 graus a vida de qualquer membro da comunidade LGBTQIA+.
Em 2008, estive presente na marcha arco-íris de Lisboa. Era a minha primeira vez e tudo era novidade. Enquanto aguardava pelo início da caminhada, recebi um pequeno panfleto, que falava sobre inseminação artificial caseira. Eu desconhecia esta possibilidade, contudo, parecia-me um grito de revolta face à injusta lei da Procriação Medicamente Assistida (PMA), que não permitia que mulheres sem parceiro masculino recorressem a técnicas que lhes permitissem engravidar, algo que só viria a mudar em 2016.
Vivemos na era digital e a maneira como nos relacionamos e nos ligamos com os outros foi transformada pelas Aplicações existentes e plataformas de média social.
Para a comunidade LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros, Intersexuais e outros), estas ferramentas desempenham um papel significativo na procura de amizades, apoio e até mesmo de relacionamentos.
Virginie Despentes nasceu em França a 13 de junho de 1969, no seio de uma família de classe trabalhadora. Durante a adolescência, identificava-se com a subcultura punk rock e, devido ao seu comportamento considerado desviante, foi internada à força pelos pais num hospital psiquiátrico aos 15 anos.
O Institut für Sexualwissenschaft (Instituto da Sexualidade) acolhia lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, etc. Na realidade, empregava até pessoas LGBTQIA+ e procurava dar apoio psicológico a essas pessoas, vítimas de discriminação. Estudava o seu comportamento e procurava facilitar a transição das pessoas trans.
Os livros são uma ferramenta política poderosa. Despertando novas formas de pensar, agir e sentir, o acto de leitura contém em si a possibilidade de emancipação da mente e desenvolvimento do espírito crítico e livre, a possibilidade de transformação social e criação de novas formas de interagir com o mundo. Fruto do poder que o objecto livresco mostra encerrar surgem formas de controlo e limitação ao seu acesso. Recordemos que até Gutenberg e o surgimento da imprensa moderna o acesso aos livros era de uso privilegiado do clero e da nobreza. Na verdade não seria necessário recuar até tanto. Se recuarmos até meados do séc. XX, em Portugal, percebemos como os altos níveis de iliteracia espelhavam a desigualdade social de um país que passara meio século por um governo repressivo.
As relações humanas são complexas e multifacetadas, sendo grande parte das vezes, moldadas por uma infinidade de factores que vão desde a comunicação até aos valores partilhados.
Audre Lorde (1934-1992) nasceu em Nova Iorque, filha de pais imigrantes oriundos da região do Caribe. Passou a infância em Harlem, onde experienciou o racismo ao ponto de, na rua, pessoas de pele branca lhe cuspirem por ter a pele escura. Em casa, o ambiente familiar era de grande disciplina, muitas vezes exercida através de castigos físicos. As dificuldades que a cor de pele, o peso acima do padrão e a miopia grave lhe traziam não a impediram de ser uma das melhores alunas da turma na escola. À medida que a sua irreverência foi crescendo, deixou de conseguir coabitar com a disciplina imposta pelos pais. Aos 17 anos, depois de concluir o ensino secundário, decidiu sair de casa e foi viver para Stamford. Partilhou casa e teve vários trabalhos precários para conseguir pagar as despesas, que incluíam os estudos que frequentava paralelamente na universidade.
Ligamos a televisão e o telejornal despende mais de uma hora com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Poderíamos falar do financiamento que este evento obteve, proveniente dos nossos impostos, contudo, existem muito mais provas de que não vivemos num estado verdadeiramente laico, pois quando entramos num hospital, vemos os santos e as cruzes penduradas em muitas das salas e quartos. Quem foge da norma, teme encontrar alguém fundamentalista, que lhe critique as tatuagens ou a orientação sexual e não faltam relatos sobre isso mesmo.