Sem o 25 de Abril de 1974 não teria existido associativismo LGBTIQA+ em Portugal, mas este não encontrou de imediato as condições indispensáveis à sua implantação na sociedade portuguesa. A questão era demasiado “fracturante”, tanto para as direitas políticas extremamente conservadoras, como para a cultura revolucionária radicalizada predominantemente antifascista e anti-capitalista que tendia a desqualificar como burguesa e decadente a subcultura gay e lésbica que prosperava, por outro lado, muito ligada ao circuito de bares e aos espectáculos de transformismo.
Nesta segunda-feira, dia 4 de Março, Salvador Sobral foi o convidado de Pedro Teixeira da Mota, no podcast Watch.TM. Durante a emissão, Salvador Sobral criticou a existência de tantas letras na sigla LGBTQIAP+. Quando Pedro Teixeira da Mota o adverte de que essa suposta piada pode ser perigosa, Salvador afirma que também faz parte da sigla, pois é uma pessoa intersexo (ou nas próprias palavras do músico, uma "pessoa intersexual"), dizendo: “eu não produzo a hormona que faz o meu género”.
Segundo o recém-publicado Relatório Anual da ILGA Europa 2024, documento que aponta os progressos e retrocessos relativamente à situação dos direitos humanos das pessoas LGBTI na Europa e Ásia Central, entre Janeiro e Dezembro de 2023, é destacado o aumento dos crimes de ódio anti-LGBTI em 35 dos 54 países que participaram nesta análise, entre os quais Portugal. Apenas seis países não registaram crimes de ódio em 2023.
"Além de ter escrito vários poemas de conteúdo homoerótico, Fernando Pessoa escreveu também vários poemas dirigidos a mulheres ou sobre as mulheres. No entanto, há que ver bem o que Fernando Pessoa diz nesses textos, pois o facto de serem poemas dirigidos a mulheres ou sobre as mulheres, não significa que nesses poemas Fernando Pessoa exprima afecto para com elas, mas sim rejeição. Essa rejeição, conforme veremos ao longo desta antologia, é feita através de ironias, sarcasmos, dúvidas, cepticismo para com as mulheres" é o que defende Victor Correia, escritor pessoano com várias obras publicadas.
O filme começa com Gal em criança a fazer vocalizações numa panela grande. A voz do Brasil germinava ali, em plena Bahia, terra do que vem a ser o movimento cultural Tropicália. Serão os baianos como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Gal Costa que darão corpo a este vendaval que vai enfrentar a ditadura militar. A atriz Sophie Charlotte interpreta o papel de Gal, numa homenagem à vida e ao trabalho da artista. O filme tem estreia marcada, nas salas portuguesas, a partir do dia 7 de Março, de 2024.
A capital do Alto Alentejo prepara-se para receber a segunda edição do Évora Pride, um evento importante da luta pela igualdade LGBTIQA+ . Entre os dias 3 e 9 de Junho, uma série de actividades prometem animar a cidade, com exposições, debates, concertos, sessões de cinema e muito mais.
Com o fim da ditadura no 25 de Abril de 1974, houve enormes alterações a nível político e social, no entanto, do ponto de vista de género não houve abertura suficiente para que isso tivesse tido algum impacto em mim quando era criança.
Sasha Velour apresenta em Lisboa “The Big Reveal Live Show”, uma performance biográfica do universo drag, inspirada na vida e nas vivências da artista. A actuação da drag queen está agendada para 9 de Abril no Coliseu dos Recreios e os bilhetes já estão à venda na BOL e nos locais habituais.
“The Big Reveal Live Show” é um espectáculo artístico de 90 minutos, criado, produzido, dirigido e protagonizado por Sasha Velour, que promove uma imersão ao universo drag através de uma narração e actuação a solo repleta de exuberância.
Gosto de distinguir dois sentidos para "25 de Abril". Um, mais genérico, abarca toda a experiência democrática pós-1974. Outro, mais restrito, refere-se ao período revolucionário e instável entre o 25 de Abril de 1974 e a dita "normalização" posterior ao 25 de Novembro de 1975. Quando penso no primeiro, sinto orgulho num país que conseguiu garantir legalmente todos os direitos políticos, cívicos e humanos (ainda que não todos os direitos sociais). Quando penso no segundo, vejo os sinais da dificuldade em colocar no debate político as questões de género e sexualidade.
Decorreu no passado sábado, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, a 5ª edição do Leiria Drag Festival (pela 2ª vez neste espaço). Este evento é organizado pelo Glitz Club Leiria, contando com a participação do seu elenco residente: Eva Brown, que dividiu ainda a apresentação do espectáculo com o conhecido stylist Mário de Carvalho, Debbie Bjorn, Giselle Brown e Cherry Flavour. A estas drag queen´s juntaram-se outros talentos, nomeadamente: Stefani Duvet, Belle Domage, Linda Xennon, Dyanne Star, Inny Legs, Allan Lynn, Roxy Vieira, Sarah Logan, Joyce Martinez e Laysa Star.
As pessoas LGBTIQA+ sabem da sua história. Sabem que o dia 25 de Abril de 1974 foi o início de uma libertação demorada. Se é esse o ano que a associação dos psiquiatras americanos retira a homossexualidade da lista das patologias (a OMS retira em 1992), por cá, um manifesto de homossexuais é repudiado pelo general Galvão de Melo na televisão com estas palavras: “O 25 de Abril não se fez para as prostitutas e os homossexuais reinvindicarem”.
A propósito dos 50 Anos de Liberdade o site dezanove.pt foi auscultar o que várias figuras do nosso país têm a dizer em relação à Liberdade. A Liberdade de Ser.
Em 1989, Kimberlé Crenshaw cunhou o termo interseccionalidade no artigo "Demarginalizing the Intersecction of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Anti-Discrimination Doctrine" analisando-a como se de uma metáfora se tratasse para representar as diversas camadas existentes dos sistemas de opressão social, incidindo o seu estudo nas desigualdades de género, raça e classe: "a discriminação, tal como o trânsito num cruzamento, pode fluir numa direcção e pode fluir noutra. Se ocorrer um acidente num cruzamento, este pode ser causado pelos carros que circulam em várias direcções e, por vezes, em todas elas.
Amar e incluir. Este parece ser o lema da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), uma denominação cristã protestante inclusiva, progressista e afirmativa das diversidades, que está a implantar-se em Lisboa.