Mais um ano que passa sem que a Assembleia da República reconheça a possibilidade de casais de pessoas do mesmo sexo poderem adoptar ou que tenham acesso à PMA. Relembra cinco factos políticos de 2012.
O Tribunal de Família e Menores do Barreiro atribuiu a guarda e educação de Bernardo, uma criança de dois anos e com trissomia 21, ao cabeleireiro Eduardo Beauté e ao modelo Luís Borges. Recorde-se que o casal contraiu matrimónio em 2011.
Quando se fala de união entre pessoas do mesmo sexo, a questão da adopção é incontornável. Um grupo de investigadores em vez de estudar o impacto de ter dois pais ou duas mães sobre a criança fez o inverso: analisou o impacto que os filhos têm na vida do casal.
O deputado do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes votou a favor da mudança da lei de adopção. Desta forma, acabou o PCP foi o único partido em que todos os deputados votaram contra as propostas do Bloco de Esquerda e do PEV que estiveram em discussão esta sexta-feira no Parlamento.
O Assembleia da República chumbou esta sexta-feira as propostas do Bloco de Esquerda e dos Verdes de alargar a possibilidade de adopção a casais de pessoas do mesmo sexo. Esta mudança legislativa permitiria que Portugal tivesse uma legislação semelhante à de países como Espanha ou Holanda. Mesmo assim, neste momento, não há nada que impeça qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, adopte a título individual uma criança em Portugal. Para os casais homossexuais é que continua a vigorar uma discriminação na lei.
Esta sexta-feira estará em debate na Assembleia da República a adopção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo. Tanto Os Verdes como o Bloco de Esquerda apresentaram propostas. Ao dezanove.pt, a deputada Heloísa Apolónia considera que "a maioria parlamentar que constitui hoje o Parlamento não aprovará a proposta". No entanto, diz que é o momento para "promover a reflexão e a argumentação". "Ainda me recordo da primeira proposta do PEV para alteração do artigo 13º da Constituição da República Portuguesa, para lá incluir a não discriminação em função da orientação sexual. Na altura foi motivo de menorização e até de alguma 'chacota': hoje está lá na Constituição", sublinha a deputada em entrevista.
Dois pareceres pedidos pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, da Assembleia da República, sobre a actual lei da adopção, que impede casais de pessoas do mesmo sexo de se candidatarem a adoptar uma criança, apresentam conclusões opostas.
O Parlamento vai debater a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo no próximo dia 24, de Fevereiro por iniciativa do Bloco de Esquerda. O partido pretende que seja eliminada a proibição de casais do mesmo sexo adoptarem crianças, como está previsto na actual lei, e que exista igualdade de tratamento no registo civil "para a adopção, apadrinhamento civil e procriação medicamente assistida quando os adoptantes, padrinhos, ou um dos progenitores, estejam casados ou unidos de facto com pessoa do mesmo sexo".
“Aceita esta mulher como sua mulher?” A resposta foi “sim, aceito” e a foto do casamento correu o mundo. Anne Marie Thus e Helène Faasen casaram-se ao som das doze badaladas do dia 1 de Abril de 2001. Job Cohen, o presidente da Câmara de Amesterdão, oficializou a relação numa cerimónia onde entre os presentes estavam até ministros. A festa teve direito a transmissão na televisão nacional holandesa. Foi há dez anos e marcou uma etapa na conquista da igualdade de direitos das pessoas LGBT.
O dezanove encontrou Anne Marie Thus à margem da conferência Famílias Arco Íris, no início do mês, e conversou com esta mãe de família que agora reside em Maastricht com a mulher Hélene e os filhos Nathan e Myrthle.
O Bloco de Esquerda vai levar a discussão no Parlamento a adopção por casais homossexuais-. Segundo o jornal I, a proposta deverá decorrer na actual sessão legislativa. "As coisas não se mudam por metade, têm de mudar no seu todo. A lei do casamento homossexual ficou amputada de um aspecto essencial que não permite a igualdade entre todas as pessoas e essa igualdade tem de ser resposta", justificou o líder parlamentar bloquista, Luís Fazenda.
A agenda LGBT está bem definida. As prioridades são a a co-adopção, a perfilhação e a procriação medicamente assistida. São estas que “têm agora de ser trabalhadas junto dos partidos políticos. Há que fazer um trabalho de convencimento com o PSD, porque é importante avançar nestas áreas” afirmou ao dezanove Miguel Vale de Almeida à margem da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, que decorreu este Sábado. Para o antropólogo e ex-deputado é preciso “pôr os temas na agenda dos media e fazer parcerias”, porque se “pode fazer o mesmo trabalho com este novo governo”. Vale de Almeida acrescenta que “não é nada expectável que o governo de direita faça algum retrocesso no que diz respeito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à lei de identidade de género, até porque o PSD já disse estar confortável com estes avanços. É raro em democracia haver este tipo de retrocessos de direitos e também não houve nenhum anúncio disso durante a campanha eleitoral”, lembrou.