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Nem na mata se encontram histórias assim

"As pessoas trans continuam a não ter cuidados de saúde acessíveis e inclusivos"

Sandra Saleiro

Comecei a interessar-me pelo estudo da “identidade de género” na perspectiva das ciências sociais ainda antes da morte de Gisberta.

 

"A primeira Marcha do Orgulho no Porto só se fez por causa da Gisberta"

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O telefone tocou a meio da tarde. Era o Sérgio [Vitorino]. Estava muito frio, não queríamos sair da cama. A única coisa que entendi foi que teriam encontrado um “travesti” morto, com sinais de tortura no corpo, numa construção abandonada no centro do Porto.

"A morte de Gisberta representa o nosso fracasso político, individual e colectivo"

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A morte de Gisberta chegou como um murro no estômago – sem aviso, sem forma de nos protegermos da dor, sem recursos para interpretar aquilo que não podia se não causar-nos a maior perplexidade.

 

Quantas vezes matarão Gisberta?

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Definitivamente, o ano de 2006 foi, para mim, um ano terrível. O ano em que perdi dez quilos em poucos meses, como denuncia, para quem me conhece, a foto que acompanha este texto, tirada na Marcha de Lisboa desse ano. Um ano de morte. A morte simbólica da minha vivência – até então sem “contraditório” – de uma cidade do Porto feita apenas de afectos e generosidade; o desaparecimento da minha mãe após demasiado tempo de sofrimento, falecida poucos meses depois dos factos que motivam este artigo e de quem me encontrava a cuidar praticamente a tempo inteiro quando soou o primeiro alarme de que algo pavoroso tinha acontecido num prédio inacabado da Invicta, às mãos de um grupo de catorze rapazes com idades entre os 12 e os 16 anos. Cada um deles, diga-se, simultaneamente algoz e vítima de maus-tratos na infância, a confirmar que a linguagem de violência é muitas vezes de novo reproduzida porque a conheceu na pele e nunca conheceu outra.

 

Passatempo: O dezanove.pt leva-te a assistir à peça "Gisberta"

Assiste a uma comovente interpretação de Rita Ribeiro sobre um dos episódios mais trágicos da história recente do nosso país. O episódio transfóbico ocorrido no Porto em 2006 serve de mote para o desencadear das recordações de infância e juventude do "menino" tão desejado por aquela família, a que agora a mãe de "Gisberta" sozinha em palco dá voz.

 

Esta semana tens quatro oportunidades para ver a peça "Gisberta"

Assiste ao brilhante e comovente solilóquio de Rita Ribeiro na pele da mãe de Gisberta. Ao longo da peça, parcialmente baseada em factos reais, a mãe de Gisberta descreve a infância e juventude da pessoa que para ela sempre foi o "seu menino". Sozinha em palco, a actriz transporta-nos para o passado de uma história cujo desfecho chocou o país no ano de 2006. A peça está em cena no Cinema São Jorge, em Lisboa.

Queres ir ver a peça "Gisberta" no Cinema São Jorge?

Rita Ribeiro é a protagonista da multipremiada peça de teatro que regressa esta quinta-feira, dia 17 de Julho, em Lisboa. Baseada em factos reais "Gisberta" contra a trágica história da mãe que soube da morte da filha Gisberta Salce Júnior ocorrida no Porto em 2006.

O dezanove tem seis convites individuais para os leitores que queiram ver esta peça este Domingo  (dia 20) às 17 horas,desta vez no Cinema São Jorge. 

Actriz Rita Ribeiro interpreta a mãe de Gisberta no Teatro Rápido

O Teatro Rápido, situado no Chiado em Lisboa, levará à cena a peça “Gisberta”. A peça contará com Rita Ribeiro no papel de Angelina. A actriz desempenhará o papel da mãe de Gisberta Salce Júnior, que foi brutalmente assassinada no Porto, em 2006, após três dias consecutivos de uma violência física e moral sem precedentes em Portugal.

 

Gisberta foi assassinada há sete anos

Está marcado para esta sexta-feira, 22 de Fevereiro, às 11h, na Rua Santa Catarina, no Porto, uma concentração para assinalar o sétimo aniversário do assassinato de Gisberta. A iniciativa é das Panteras Rosa e do Portugalgay.pt. O objectivo é fazer sete minutos de silêncio em memória de Gisberta. Será lido e distribuído um comunicado.

 

Alerta para a situação dos transexuais seis anos depois da morte de Gisberta Salce Júnior

A 22 de Fevereiro de 2006 Gisberta Salce Júnior foi encontrada morta num poço de um prédio abandonado da cidade do Porto. As características macabras que envolveram o crime, praticado por adolescentes institucionalizados que a agrediram, torturaram e molestaram sexualmente durante três dias, chocou a sociedade portuguesa. Desde então o termo transfobia passou, como nunca, a fazer parte do léxico dos activistas LGBT.

“As pessoas trans são o grupo mais invisível da comunidade LGBT” (vídeo)

A 22 de Fevereiro de 2008, dois anos após o assassinato de Gisberta, o deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro organizou a primeira audiência parlamentar que contou pela presença de pessoas trans. Agora, é o responsável pelo projecto do Bloco que pretende simplificar a mudança de sexo e de nome próprio no registo civil e que será discutido na Assembleia da República na quarta-feira. Em entrevista ao dezanove, José Soeiro sustenta que existe uma maioria para aprovar as mudanças à lei e aponta alguns caminhos que podem ser seguidos para diminuir a discriminação de que as pessoas trans são alvo.

 

dezanove: Acredita que a lei de mudança de género tem condições para reunir uma maioria no Parlamento de forma a que seja aprovada na próxima quarta-feira?

José Soeiro (JS): Sim. O Bloco apresentou em Junho o seu projecto. Uns meses mais tarde, o governo apresentou também a sua proposta, que pretende responder às mesmas preocupações que o projecto de lei do Bloco. Basicamente, reconhecer a identidade de género das pessoas transexuais e retirar todo o processo de alteração do registo do sexo e do nome dos tribunais. Em Espanha uma lei idêntica foi aprovada no Senado sem votos contra. Creio que em Portugal haverá uma maioria para passar estes dois projectos.

 

Como é que encara a forma como a imprensa tem retratado este assunto? É um sinal de que ainda existe muito desconhecimento sobre a questão trans em Portugal?

As pessoas trans são o grupo mais invisível da comunidade LGBT. Frequentemente, a imagem pública que se constrói dos e das trans é uma caricatura, entre a pura confusão com a realidade travesti e o retrato da prostituição. Felizmente, tem havido alguns trabalhos jornalísticos que têm dado tido uma maior atenção no tratamento desta população, restituindo-lhe a palavra própria e a dignidade de serem respeitadas.

 

Os transexuais, já referiu por várias vezes, são o grupo social com a taxa de desemprego mais alta, provavelmente à volta dos 90%. Para além da aprovação da nova lei, o que é que pode ser feito para diminuir esta discriminação?

Tem de haver muito trabalho cultural e social, muito mais visibilidade, maior auto-organização, uma educação contra os preconceitos, maior informação sobre a sexualidade e as identidades de género. Tem de haver formação para quem trabalho nos serviços públicos, dos hospitais à polícia. Tem de haver provavelmente medidas de discriminação positiva em várias áreas.

 

 

Nota: Vídeo editado pelo Esquerda.net, site oficial do Bloco de Esquerda

 

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