"A Gisberta era uma pessoa que sorria à vida"
Conheci a Gisberta há 30 anos no Kilt, onde é actualmente o bar INVICTU’S. Depois disso a nossa convivência foi mais casual, às vezes muito seguida, outras vezes mais esporádica. Mas sempre tive a mesma opinião: a Gisberta era uma pessoa que sorria à vida.
A morte de uma pessoa é sempre algo que entristece, mais ainda quando conhecemos a pessoa em questão e isso acontece de forma trágica e violenta. Deixou-me chocado, revoltado até porque a Gi era uma pessoa que sempre conheci como pacata.
Muito francamente acho que a sua morte despertou a consciência nos meios LGBT e simpatizantes, mas de resto não considero que tenha alterado nada a percepção das pessoas do meio heterossexual.
A meu ver a evolução nas questões T tem sido lenta. Antes de mais, é preciso tratar as pessoas com o devido respeito. Infelizmente os meios de comunicação social deveriam ter uma acção mais séria e não tão sensacionalista. Isto porque funcionam como um pau de dois bicos e as pessoas tendem a optar pelo facciosismo nas questões do meio gay e trans. O que a sociedade precisa mesmo é de educação em vez de programas de televisão de baixo nível como os reallity shows porque a imagem é uma ferramenta poderosa.
Considero a Gi uma imagem do que acontece a várias Gisbertas por este mundo fora. Devemos relembrar sempre a sua morte, até para não nos esquecermos de que é na diversidade que está a humanidade.
Qual a melhor imagem que tenho dela? Um sorriso enorme e a fazer de Marilyn Monroe no tema “Diamonds are a Girl's Best Friends”.
Roberta Kinsky
Artista de Transformismo