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“A nível de igualdade de género e de orientação sexual há muito a lutar em Ponta Delgada”

Gay Azores Ponta Delgada LGBT.jpg

O massacre de Orlando motivou a criação de um movimento LGBT em Ponta Delgada. Pedro Morais e Tiago Paquete, com 21 anos e 25 anos respectivamente, e ambos estudantes decidiram juntar-se e começar a intervir localmente. Desde então ideias não lhes faltam. Conhece-os na primeira entrevista que dão acerca da criação da sua iniciativa em prol da igualdade e dos Direitos LGBTI na ilha de S. Miguel.

 

dezanove:  Quando nasceu este novo núcleo LGBT em Ponta Delgada?

Pedro Morais e Tiago Paquete: O movimento Ponta Delgada LGBT nasceu uns dias após o Massacre em Orlando, depois do Pedro ter organizado uma vigília em honra das vítimas. Após este evento houve a necessidade de criar um movimento que despertasse a comunidade de Ponta Delgada para a temática LGBT.

 

Quantas pessoas fazem parte do vosso grupo?

Desde o início do movimento que contámos com o apoio de algumas pessoas anónimas e também a nível político, como membros do PAN - Pessoas, Animais e Natureza, e uma vereadora da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Contamos também com o  apoio de instituições como a UMAR e a Associação Novo Dia. Desde que lançámos a página no Facebook estamos a conseguir maior divulgação, sendo que já ultrapassámos os 100 gostos. Sabemos de que se trata de um número pequeno, mas temos a certeza de que irá aumentar com o tempo e trabalho abrindo, assim, mentalidades e alcançando mais e melhores oportunidades.

 

O que já fizeram entretanto?

Realizamos uma palestra em que debatemos sobre a comunidade LGBT. A palestra contou com a presença do PAN e da UMAR. Foi a nossa (Pedro e Tiago) apresentação à comunidade. Estavam presentes simpatizantes da comunidade, deputados, professores, militantes de partidos políticos, entre outros. Devido a esta apresentação, o nosso movimento apareceu num jornal local, o ''Açoriano Oriental'', o que foi para nós um grande passo. Mas não ficamos por aqui. Também fomos convidados para uma outra palestra organizada pelo PAN - Açores acerca da igualdade de género e a violência no namoro.

 

Ponta Delgada LGBT.jpg

A que tipo de objectivos se propõem?

Antes de mais procuramos desmistificar a questão do amor entre pessoas do mesmo sexo, da transexualidade e de muitas outras vertentes da comunidade, elaborando estratégias de apoio e divulgação. Também pretendemos auxiliar todas as faixas etárias presentes na comunidade, com eventos e animações que façam as pessoas voltarem às ruas e lutarem por uma causa tão nobre como esta. Temos a plena noção de que não será fácil, pois se a cidade de Ponta Delgada está muito desenvolvida em termos turísticos, a nível de igualdade de género e de orientação sexual há muito a lutar. A comunidade ainda não se encontra tão bem "friendly", como as cidades de Lisboa ou Porto. 

 

E têm outros planos?

A longo prazo temos planos na nossa lista como a implementação de espaços nocturnos LGBT, como o Pride ou o Trumps. Achamos que alguma destas discotecas  poderia ter uma filial cá pois são as mais populares entre os membros da comunidade LGBT em Portugal. Ainda consideramos que deveria (e poderia) haver mais esforços por parte da autarquia para incluir eventos como a Marcha Pride na cidade de Ponta Delgada. Temos noção que é um movimento "arriscado" para uma cidade em desenvolvimento nesta temática e que mesmo sendo tão grande, não deixa de ser pequena.

Ainda existe a censura por parte da comunidade, gostávamos que fossem implementadas aulas de educação sexual nas escolas do ensino secundário (arriscamo-nos a dizer, talvez, básico) incluindo a temática LGBT  não falando apenas de aspectos físicos, mas de como ter uma vida e relação harmoniosa.

 

O que pretendem dizer com uma afirmação que consta do vosso site: “Conseguir com que a cidade de Ponta Delgada seja a primeira da Região Autónoma dos Açores a receber o selo ''LGBT Friendly''?”

Temos o propósito de "tornar" a cidade de Ponta Delgada mais aberta ao público LGBT e, possivelmente, a primeira região do arquipélago dos Açores a ser considerada uma cidade LGBT Friendly. Conquistar mudanças positivas, não apenas nas mentalidades, mas também, por exemplo e mencionado na questão anterior, através da existência de uma oferta comercial e de animação nocturna para as pessoas LGBT, o aumento do número de grupos de apoio, uma oferta turística para turistas LGBT já que estes últimos não encontram oferta LGBT quando chegam ao nosso destino. O Tiago, formado na área de Hotelaria e estudante de Turismo, deparou-se com diversas questões sobre esta falta de oferta. Queremos conviver com uma população mais tolerante e aberta.

 

Que contactos estão a fazer com as entidades locais?

Estamos a tentar unir esforços para permitir que a comunidade LGBT em Ponta Delgada, e nas áreas circundantes, se sinta mais "acolhida". Temos contactos com a CMPDL, mais tecnicamente com a Sra. Dra. Fátima Rego  (vereadora), com algumas entidades locais e, ainda, estamos a pensar em criar, em parceria com a CMPDL e com outros órgãos políticos, como a DRJ - Direcção Regional da Juventude, estratégias para que haja uma maior fluidez de contactos e de logística entre todos os intervenientes.

 

Há uma associação LGBT nos Açores, a Pride Azores, que inclusive organizou a primeira marcha do orgulho LGBT em 2012. Tem havido contactos com eles?

Não temos tido muito contacto com a Pride Azores, mas estaremos disponíveis para unir esforços e "alavancar" a cidade de Ponta Delgada para outro patamar. O patamar da igualdade entre toda a população da cidade, juntamente com a Pride Azores e com outras associações/movimentos com os mesmos objectivos.

 

De que meios online dispõem para estarem em contacto com quem vos procura?

Para desenvolver este movimento comunitário possuímos páginas em diversas redes sociais, sendo estas: Twitter, Facebook e Instagram. Além disso, também temos um website: www.ponta-delgada-lgbt.webnode.pt. Futuramente, planeamos a criação de uma conta no Snapchat e utilizar o Whatsapp e/ou o 7 Cups como "centro de apoio online LGBT".

 

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