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"A pretensão de Antígona" de Judith Butler

Antígona de Judith Butler.jpg

Com base na personagem Antígona, de Sófocles, Judith Butler disserta sobre o poder do Estado, a subversão de género e do parentesco. O poder do Estado, representado por Creonte, surge como contraposto às leis morais, familiares e divinas, representadas por Antígona, levando-nos a questionar a legitimidade ética das várias dimensões.

 

A subversão de género presente na personagem é também salientada por Butler. Ao desafiar as leis do Estado, Antígona é masculinizada, porque de uma mulher não é esperada uma postura combativa. Mas se Antígona representa o parentesco, não fará sentido também questionar essa própria concepção? Partindo do tabu do incesto como a primeira forma de delinear o parentesco, Butler reflecte sobre sua origem cultural, biológica e psíquica. Menciona como, na nossa época, as normas idealistas que regem o parentesco se encontram fragilizadas, dando como exemplo o número crescente de divórcios, segundos casamentos, meios-irmãos, e a existência de filhos de dois pais e duas mães. O livro de Judith Butler é, ao seu estilo, um excelente exercício de reflexão. Deixa-nos com a ideia de que nós, pessoas LGBT, partilhamos em certa medida da luta de Antígona ao legitimarmos os nossos amores e os nossos filhos, ao questionarmos as normas de género. Enquanto mantivermos esse espírito combativo, a pretensão de Antígona continuará vibrante entre nós.

 

ISBN: 9789899071919

Editor: Orfeu Negro

Data de Lançamento: abril de 2024

Páginas: 136

 

Daniela Alves Ferreira