A vida de George Michael em 5 episódios de amor, activismo e polémica (com vídeos)
George Michael faleceu este domingo, 25 de Dezembro. Recordamos cinco momentos da sua vida que explicam por que se tornou num ícone gay.
1. A detenção em Beverlly Hills. A 7 de Abril de 1998, George Michael era detido por um polícia, por estar a praticar “actos lascivos” numa casa-de-banho pública, Beverly Hills (California).
O caso tomou proporções globais. O cantor conseguiu dar a volta ao caso. Como explicou, na altura, ao canal MTV: “Ele seguiu-me até à casa-de-banho e então a polícia – bem, eu não sabia que era um polícia naquele momento – começou a jogar a um jogo. Acho que esse jogo se chama: 'Eu mostro o meu, tu mostras o teu e quando o mostrares, vais preso'”. George Michael foi multado em 810 dólares e sentenciado a cumprir 80 horas de serviços dedicados à comunidade. Pouco tempo depois George Michael lançava o vídeo “Outside”, onde abordava a questão da casa-de-banho e onde até apareciam dois polícias a beijarem-se.
2. A saída do armário. Após o caso da casa-de-banho, George Michael assumiu a sua homossexualidade, revelando que namorava com Kenny Goos. Em 2005 o casal registou-se como uma união civil no Reino Unido. Separaram-se quatro anos depois. “Eu nunca tive um problema moral por ser gay. Acho que me interessei por mulheres algumas vezes. Mas então apaixonei-me por um homem e percebi que nenhuma daquelas relações com mulheres tinha sido amor”, disse em 2007, numa entrevista. George Michael explicou que tinha saído tarde do armário por causa da mãe: “Ela ainda era viva e teria sido para ela um pesadelo diário só de pensar no que eu poderia estar a passar. Eu já tinha saído do armário, aos 19 anos, para algumas pessoas. Quem me dera ter saído totalmente do armário nessa altura. Acho que não teria tido a mesma carreira – o meu ego não teria sido satisfeito em algumas áreas – mas acho que teria sido um homem mais feliz.”
3. O caso do parque. Em Julho de 2006, George Michael foi, mais uma vez, acusado de estar a ter relações sexuais no West Hampstead Heath Park, em Londres. O cantor declarou que o sexo anónimo não era um problema na sua relação com Kenny Goss.
4. Anti-guerra. Para mostrar a sua oposição à Guerra do Iraque, escreveu a música "Shoot the Dog", onde parodiava a relação entre os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, liderados por George W. Bush e Tony Blair. O vídeo, em desenhos animados, foi censurado nos Estados Unidos.
5. Activista. O cantor apoiou as causas dos direitos LGBT e de luta contra a sida. Mais tarde revelaria que o seu primeiro namorado, o designer Anselmo Feleppa, tinha morrido na sequência da sida em 1993. George Michael, por exemplo, foi o narrador do documentário “Staying Alive” (MTV) sobre seis jovens portadores do VIH, que viviam em países diferentes. À data (1998), esses testemunhos foram importantes já que era muito raro alguém dar a cara como portador da doença.
Um percurso de vida que, tal como escreveu agora Miley Cyrus, merece ser recordado: “Já temos saudades tuas! Obrigado pelo teu activismo radical em prol da comunidade LGBTQ! Amar-te-ei para sempre!”
Miss you already! Thank you for your radical activism in the LGBTQ community! Love you always! @happyhippiefdn pic.twitter.com/nBCxjEstDo
— Miley Ray Cyrus (@MileyCyrus) December 26, 2016