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Afeganistão: "os homossexuais serão seviciados e mortos"

Carlos Reis

Não vou entrar no blame game do costume acerca da situação do Afeganistão.
 
É um facto que os americanos estavam ansiosos por sair dali, pelo menos desde 2014, e que foi Donald Trump quem recebeu os talibãs em Camp David, e que celebrou com os seus representantes um acordo de paz no ano passado (29 de Fevereiro de 2020) que basicamente lhes entregou de imediato parte substancial do território, lhes libertou 5000 prisioneiros (alguns dos seus principais líderes e militares) e lhes garantiu a saída das tropas americanas já para este ano.
Aliás, se há coisa em que Trump e Biden concordavam e competiam nas últimas eleições era em “bringing back our troops from Afghanistan”. Aliás as operações militares americanas já la pararam há um ano. Desde o ano passado nem um único soldado americano foi morto. Quando Joe Biden tomou posse já só estavam 2500 soldados em Cabul e Bagram.
E também, reconheça-se, que os afegãos têm estado em guerra entre si nos últimos 40 anos. Os americanos não foram os primeiros a querer sair dali: aconteceu o mesmo com os soviéticos e no século XIX por duas vezes com os britânicos. E provavelmente não serão os últimos: este passará a ser um assunto da China (que persegue e enfrenta a sua própria população muçulmana uigur no Xinjiang) e do Irão (tradicional adversário dos talibãs sunitas que não reconhecem o xiismo como pertencente à família islâmica e que oprimiram no passado a sua minoria hazara xiita, geograficamente e culturalmente próxima dos persas).
E, já agora, o agora presidente fugitivo não era aceite pelo povo afegão, tendo sido literalmente imposto pelos americanos para resolver o impasse resultante da massiva fraude eleitoral que ocorreu sob os seus olhos, e toda a estrutura de governo estava corrompida até à medula. Aliás, se as forças militares de um país desistem de o defender, então não há moral nenhuma para exigir a ninguém a sua defesa.
Mas tenho de dizer uma coisa: esta foi a maior derrota ocidental desde a queda do Vietname. Foi até maior. Ao menos os sul-vietnamitas ainda aguentaram 2 anos. Ainda se bateram em batalha. Ao passo que o Afeganistão caiu em 2 semanas. E Cabul caiu em 20 minutos.
E a responsabilidade é toda do presidente Joe Biden.
Foi ele quem permitiu que os talibãs assumissem definitivamente o controlo total do Afeganistão.
As meninas não poderão agora ir à escola, as mulheres não poderão mais trabalhar e serão sepultadas em vida nas suas burkhas, a música será proibida, os homossexuais serão seviciados e mortos, e os não muçulmanos sunitas serão enforcados.
As meninas não poderão agora ir à escola, as mulheres não poderão mais trabalhar e serão sepultadas em vida nas suas burkhas, a música será proibida, os homossexuais serão seviciados e mortos, e os não muçulmanos sunitas serão enforcados.
As embaixadas ocidentais encerraram, a Europa e a América vão assistir, hipócritas, sem nada fazer.
E tudo isto faz reafirmar a minha convicção. A de que temos que defender o nosso mundo custe o que custar.
Perante lideranças europeias e americanas fracas e transitórias temos de nos manter em guarda.
E para os meus irmãos e irmãs LGBT: não podemos ter ilusões. Não há vida possível para nós fora do espaço geopolítico ocidental. E o melhor que podemos fazer por nós e pelos nossos irmãos e irmãs é garantir a continuidade deste pedaço de luz e civilização.
É rejeitar os fascismos e recusar com toda a força toda a porcaria comunista e pós-comunista e restante tralha terceiro-mundista.
Não tenhamos ilusões: fora disto onde vivemos (ocidente e capitalismo) não há qualquer escolha.
 
Carlos Reis