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Nem na mata se encontram histórias assim

Ana Cristina Santos: O ataque em Orlando diz-nos respeito a todos e a todas

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Não é fácil escrever sobre um evento tão devastador. Um acto isolado de violência configura uma impossibilidade. A homofobia, a transfobia e demais expressões de violência matam quotidianamente, de muitas formas e de modo transversal.

Neste sentido, o ódio é discricionário: mais do que dirigido a um determinado colectivo ou a uma pessoa com características específicas, guia-se sobretudo pelo distanciamento face ao que nos aproxima enquanto animais humanos – coisas prosaicas e, ainda assim, tão basilares, como a empatia, o respeito, o apreço. O ataque LGBTQ-fóbico em Orlando diz-nos respeito a todos e a todas porque nos esvazia de humanidade, reduzindo-nos a peças amorfas e indignas, numa engrenagem de ódio que se replica a si mesmo, cooptando novos agentes e novos alvos. Essa engrenagem de violência tentacular tem um nome: patriarcado.


Créditos da foto: Carlos Nolasco, Centro de Estudos Sociais (CES) – Universidade de Coimbra

Ana Cristina Santos, Socióloga, Coordenadora do projecto INTIMATE, Centro de Estudos Sociais (CES) – Universidade de Coimbra.