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Assinalar o Dia Internacional da Visibilidade Trans com novas “Cartas para Gisberta”

gisberta trans

No dia em que Lisboa e Porto marcham pela visibilidade trans, publicamos novas “Cartas para Gisberta”, uma iniciativa lançada pelo dezanove.pt há cerca de um mês. Estes textos juntam-se agora aos que foram publicados em 2019, contribuindo para iluminar a sua memória viva. E que neste dia sirvam também para nos mobilizar para a luta inadiável pelos direitos das pessoas trans.

 

A 22 de Fevereiro, no dia em que todos os anos evocamos o crime transfóbico que tirou brutalmente a vida a Gisberta Salce, o dezanove.pt fez um apelo para que se acrescentassem novas cartas, estendendo a iniciativa do projecto Invictas que, em 2019, pediu a mulheres trans que escrevessem à sua amiga querida, colega de luta, e inspiração para todas e todes. Publicamos agora as participações que nos chegaram e que se juntam a essas quatro cartas originais.

A primeira carta é de Lara, pessoa trans não-binária, pansexual, de 37 anos, e lembra que a luta é hoje mais urgente do que nunca: neste dia 31 de Março, realiza-se no Porto a 1ª Marcha de Visibilidade Trans, cujo tema e palavras de ordem são «Não é Ideologia. Não é Patologia. Fim à Transfobia. Direitos Trans Já!». Recordemos que ainda não se concretizou a atribuição do nome de uma rua a Gisberta, contribuindo para tal as dificuldades levantadas pelas entidades municipais. 

carta gisberta lara

 

Pedrinho Faël, 23 anos, transmasculino não-binarie e queer, escreveu um poema que afixou no início da Av. Fernão de Magalhães, muito próximo do ainda abandonado esqueleto de betão onde Gisberta foi assassinada. Em sua memória, a 22 de Fevereiro, o grupo União Libertária levou a esse local música, flores e velas. Nas paredes em volta já se encontravam os versos que Pedrinho Faël tinha colado na noite anterior. Sobre o poema, juntaram a placa toponímica que assinala aquela que é, por elementar sentido de reparação histórica, a Rua Gisberta Salce. 

pedrinho.png 

 

 

A última carta é de Francisco Coimbra, homem cis, gay, de 56 anos. Não conhecendo a violência diária que sofrem as pessoas trans, a sua carta homenageia Gisberta como símbolo e inspiração na causa dos direitos LGBTQIA+. A força mobilizadora da comunidade é particularmente necessária hoje, em que as ruas das duas maiores cidades do país são reclamadas para a luta pela visibilidade e contra a transfobia.

gisberta

 

O dezanove.pt agradece aos participantes. Esperamos que estas cartas contribuam para que o nome de Gisberta ascenda como bandeira ainda mais alta da comunidade. Novas cartas serão sempre bem-vindas. Publicá-las-emos quando voltarmos a assinalar o seu dia.

 

Pedro Leitão