Associações unem-se em manifesto comum para 16.ª Marcha LGBT de Lisboa
Pela primeira vez em anos, as associações participantes assinaram um documento comum que foi lido no final da Marcha do Orgulho no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Vinte e duas associações participaram na 16.ª Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, o maior número de sempre, num "esforço efectivo para se procurarem objectivos comuns", salienta Eduarda Ferreira, membro da organização da iniciativa, ao dezanove.pt. Uma união que acabou por culminar num manifesto comum assinado pelas organizações e que foi lido ao microfone perante a multidão que tomou parte da marcha já na sua “estação” final, o Terreiro do Paço.
Este manifesto conjunto, algo que não acontecia "há muito tempo", segundo Daniel Cardoso, da organização da marcha, é sinal de que "a questão dos direitos LGBT não é só uma questão de direitos LGBT, é uma questão de direitos humanos transversal e que pode ser encontrada em todas as outras áreas da sociedade."
No texto do manifesto, sublinha-se a existência de "silêncios" face aos casos de violência e crimes de ódio "por causa da orientação sexual, identidade e expressão de género". As organizações chamam a atenção para "o bullying homofóbico, lesbofóbico, bifóbico e transfóbico", ainda "uma realidade nas ruas, nas casas que deviam ser lares, nas escolas, nos locais de trabalho", para o acesso a cuidados de saúde a pessoas trans, para o fim da discriminação na doação de sangue e para o aumento dos casos de infecção por VIH em jovens gays e mulheres trans. A necessidade de reconhecimento da diversidade das famílias e a revogação da lei actual da procriação medicamente assistida também constam do documento.
De realçar o parágrafo do manifesto que defende a inclusão da identidade e a expressão de género no art.º 13.º da Constituição, com a "despatologização das identidades trans" e o fim do "silenciamento das pessoas intersexo".
Podes ler o manifesto completo aqui, assinado pelas organizações ActiBIstas, Amnistia Internacional, AMPLOS, APF, Bichas Cobardes, Clube Safo, Conselho Nacional da Juventude, Lóbula, GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, Grupo Transexual Portugal, ILGA Portugal, Movimento Camoniano, não te prives, Opus Gay, Panteras Rosa, PolyPortugal, rede ex aequo, Rota Jovem, SEIES, SOS Racismo, UMAR e Precários Inflexíveis.
Pedro Garcia