“Atypical", uma reflexão sobre o papel que desempenhamos como jovens LGBTI+
“Atypical” é uma série lançada pela Netflix, em 2017, que conta com quatro temporadas. Os episódios são curtos e apresentam-nos à família Gardner, focando a nossa atenção no jovem Sam e na sua irmã Casey.
Primeiramente, a família vai mostrando como lida com o autismo de Sam, um adolescente, aluno do ensino secundário, que vai ultrapassando diversos obstáculos para melhorar a sua socialização.
Já a irmã mais nova, Casey, conhece Evan e desenvolve uma relação romântica com o mesmo. Entre as peripécias que a família enfrenta, Casey, uma atleta de sucesso, acaba por ingressar num colégio privado e conhece Izzie, que se transforma na sua melhor amiga.
Evitando levantar completamente o véu que esconde os detalhes dos episódios, a mãe de Casey pressente que a relação das duas jovens vai além da amizade e mostra abertura para que a filha possa viver a sua sexualidade de forma plena. As jovens interrogam-se e lutam contra os sentimentos que as ligam e visitam uma reunião de jovens LGBTI+, deixando Casey pouco à vontade com a apresentação dos pronomes de uma das intervenientes (ela/dela) e com o vocabulário inclusivo que é utilizado pelo grupo. Izzie, por sua vez, integra-se, perfeitamente, na luta pela igualdade e bate-se por uma escola mais justa.
Entre temas actuais e a vontade de transformar a sociedade do século XXI, identificamos uma jovem activista, que se revê plenamente na luta das organizações LGBTI+, apesar de ainda se encontrar a combater a homofobia internalizada, e outra que se sente segura no seio familiar, que vive a sua vida de uma forma mais descontraída, sem sentir a necessidade de se integrar completamente no activismo.
Trata-se, portanto, de uma série sem grandes sobressaltos, embora motive a reflexão sobre o papel que desempenhamos como jovens LGBTI+ na sociedade em que nos incluímos.
Márcia Lima Soares