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Nem na mata se encontram histórias assim

“Better Together” exposição fotográfica conta histórias de pessoas LGBT+ na China

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Shawn Zhang, fotógrafo queer, criou o “Better Together” no final de Fevereiro e onde conta histórias de pessoas e casais LGBT+ através de fotografias. A exposição conta agora com o apoio à divulgação da plataforma All Out. 

Shawn, desde a sua infância que foi confrontado com o conservadorismo cultural do seu país, tendo sido alvo de comentários preconceituosos em relação à sua fisionomia e maneira de ser. O fotógrafo recorda-se da sua infância como um período onde sofreu bullying e violência levando-o a reprimir o seu verdadeiro eu. Contudo, quando Shawn mudou da sua cidade natal para Xangai, pôde voltar a sair do armário e ser ele mesmo.

Apesar da mudança, ele teve sempre presente que nem todos acabariam por ter a sua sorte e, de forma a dar voz a essas mesmas pessoas, criou o projecto “Better Together” que conta a história de pessoas e casais chineses dentro da comunidade LGBT+ de modo a mostrar a diversidade existente no seu ps.

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Conhece aqui três histórias desta exposição:

Fei/Faye

30 anos, genderqueer, Xangai

Eu sou Fei e Faye, formade pelo Instituto de Joalheria de Birmingham, joalheire contemporâne e drag queen.

Como uma pessoa que recebeu décadas de educação estética clássica e treinamento em pintura, sou obcecade pela arte grega antiga. O “corpo humano” é o cerne da minha criação artística, então todo o meu trabalho pode ser traduzido como um diálogo com os corpos das pessoas. Estar envolvide em performances drag me influenciou ainda mais, o que pode se reflectir directamente no meu design artístico. Isso acabou me levando a borrar as fronteiras do género. Comecei a mudar minha identidade "sem género" e abraçar a ideia de que "mais é mais".

Considero que sou algo entre drag queen e cross-dresser, já que não tenho uma personalidade drag independente. Antes de abraçar todos esses rótulos de identidade, eu simplesmente sentia que usar "roupas femininas" deveria ser uma liberdade do homem, e género deveria ser fluido, portanto, não-binárie ou genderqueer seria mais apropriado para me descrever.

 

Gang Tie (Aço)

28 anos, lésbica, Xangai

Eu sou uma amante de tatuagens com muitas pelo meu corpo, e quero compartilhar uma delas com você – é na pele que meu cérebro e corpo se conectam, o que significa a unificação do espírito e do corpo. E daí vem meu nome, “GangTie”, que significa aço em chinês.

A melhor maneira de se amar é ter seu nome em seu próprio corpo. Embora meu nome soe como um estereótipo masculino, não me identifico como homem ou como mulher. Só quero ser uma pessoa forte e responsável, sem estereótipos e rótulos ao meu redor.

Biologicamente falando, sou mulher e também me sinto atraída por mulheres. Isso me torna uma minoria na sociedade, mas quem mais é 100% maioria? Por isso, tenho orgulho em ser a minoria que sou eu, a versão real e única de mim mesma. Não vou cumprir nenhum papel dominante ou deixar que qualquer poder dominante me elimine. Eu amo o que sou e vou amar as pessoas que realmente amo, essa sou eu. Não vou apenas continuar sendo eu mesma, mas também continuar a falar por mim e pela minha comunidade.

 

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Ziyo

26 anos, gay, Tajiquistão, vivendo em Xangai

Meu nome é Ziyo, sou do Tajiquistão e vivo na China há cinco anos.

A homossexualidade não é permitida no meu país, o Tajiquistão, e não há como eu voltar para o meu país.

Recentemente, fiz uma saia com minhas próprias mãos, cheia de palavras homofóbicas escritas à mão em diferentes idiomas. Essas palavras continuam ferindo milhares de pessoas LGBT+ como eu ao redor do mundo. São como lanças cravadas em nossos corações e que nos amarram como correntes e cordas para nos manter em confinamento.

 

Toda a exposição online pode ser vista aqui. https://www.better-together.lgbt/pt

 

Rita Oliveira