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Bombas penianas: vantagens e riscos

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O tamanho não importa. Ou será que importa? Há quem o tenha pequeno e gostava de ter um maior e há quem o tenha grande e gostava de um ainda maior. Hoje fala-se de bombas para aumento do pénis. Como é Domingo, a porta do consultório do Enfermeiro Carlos Gustavo abre-se a mais uma pergunta.

Que vantagens e que riscos existem no uso de bombas penianas? Eu gostava de saber se ajuda ou é prejudicial para a saúde...
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Usadas de muita forma e por muitas pessoas, as bombas de vácuo (sim é delas que hoje falamos) são tanto usadas para fins terapêuticos como para fins recreativos. São conhecidas há bastante tempo, têm vários tamanhos, formas de sucção e diâmetro. O objectivo final é o mesmo: conseguir uma erecção mais duradoura e satisfatória. Mas olhemos para as ditas por partes, de forma a podermos saber como são constituídas, como devem ser usadas e quais os cuidados a ter.

Cone: local onde vamos introduzir o pénis. Não há outra forma de descrever. Geralmente cilíndrico, de maior ou menor tamanho e/ou diâmetro, é de plástico, ou outro produto duro de forma a poder suportar o vácuo. Aberto numa das extremidades (onde é introduzido o pénis), tem geralmente na outra a válvula que permite retirar o ar do interior.
Válvula: fica habitualmente na extremidade oposta onde introduzimos o nosso amigo. Preferencialmente, deve ter um mecanismo de segurança de forma a poder libertar a pressão de imediato, a chamada válvula de segurança. Esta válvula está depois ligada ao mecanismo de sucção.
Mecanismo de sucção: eléctrico ou manual, é a partir deste que se cria o vácuo fazendo com que desempenhe a sua função.
Anel constritor: fica na extremidade onde introduzimos o pénis e vai servir para, uma vez obtida a erecção ou intumescência pretendidas, possamos colocá-lo na base do pénis e assim manter a erecção. É aconselhado o uso de um gel para que este anel possa escorregar melhor para a base do pénis ou dos testículos.
E pronto... não há mais nada... é tão simples quanto isto. O mecanismo em si é de uma simplicidade enorme.

Contudo não podemos esquecer que o seu uso implica alguns cuidados. Mesmo que o seu uso seja apenas, e só apenas esporádico, e para fins não médicos, existem alguns cuidados a ter:
- higiene da bomba: mesmo que não ejacule dentro da bomba (o que aliás não é suposto acontecer), está em contacto com a sua pele, pode ter restos de gel. E o uso da bomba, se pensarmos que pode ser usada antes ou a meio da relação sexual, depressa percebemos que sujar-se é relativamente fácil.
- tempo de utilização: após a bomba ser usada e o anel colocado, pode-se afirmar com uma margem segura que se consegue manter uma erecção satisfatória e que o anel pode ficar colocado por 30 minutos. Mas aqui relembro que já falámos sobre estes anéis e os cuidados a ter num artigo anterior.
- pressão aplicada: por muito que se queira que fique grande e grosso, há dois limites que não se conseguem ultrapassar: o genético, em que cada um de nós nasceu com o tamanho que nasceu e pronto; e o físico, a partir do qual estamos a provocar danos na capilaridade do pénis e o efeito a longo prazo pode ser prejudicial.

Quanto ao seu uso... se falarmos de fins médicos, estas bombas estão recomendada para disfunções erécteis leves. Há uma taxa de sucesso relativamente boa, embora não se veja o seu resultado de imediato. Situações como cirurgia prostática, diabetes e alguns medicamentos podem debelar o natural processo de erecção e este pode ser um meio útil para a recuperar.
Por outro lado, se falarmos em uso apenas e somente recreativo... desde que sejam seguidos os conselhos que lhe deixo, não antevejo sinceramente problema algum.

Então é completamente segura? Eu não disse isso. Há alguns senãos que devem ser referidos, para que o leitor possa estar atento:
- válvula de segurança: já o disse e repito, em situações de emergência esta válvula pode ser a diferença entre uma saída rápida ou uma saída com dor ou lesões penianas.
- priapismo: a erecção mantida, desconfortável e dolorosa pode ocorrer em certas situações. Certas malformações penianas, problemas sanguíneos ou predisposição familiar para o priapismo podem levar a que ocorra e uma ida ao serviço de urgência torna-se necessária.
- alteração da cor do pénis: acontece, pois o vácuo criado leva a que a circulação não se faça de forma tão natural como o desejado. Se a isso adicionarmos o anel constritor, percebe-se pois que um pénis mais escuro (arroxeado) e eventualmente com alterações da temperatura pode acontecer. Nada que não desapareça no espaço de uma hora ou duas, se tanto.
- ejaculação menos exuberantes: com o anel constritor é natural que a ejaculação seja menos abundante ou exuberante. O esperma tem um obstáculo adicional que pode não conseguir ultrapassar. Habitualmente, e assim que é retirado o anel, o esperma encontra o seu caminho natural.

Mais uma vez e como sempre, moderação e cuidado são os truques para se poder usufruir duma sexualidade (com brinquedos deste tipo) de forma saudável.

Um abraço cheio de saúde e até para a semana,
Enfº Carlos Gustavo Martins

Licenciado em Enfermagem, Carlos Gustavo Martins exerce funções no Serviço de Urgência de um Hospital Central. É enfermeiro de viatura médica de emergência e reanimação e do helicóptero de emergência de Lisboa. Colabora com o dezanove.pt desde Março de 2011.
 
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