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Nem na mata se encontram histórias assim

Cannes 2017: de Sofia Cappola a Robin Campillo

 

120BTM.jpg

 

À septuagésima edição voltou a fazer-se história na Croissette: Sofia Coppola tornou-se a segunda mulher a vencer o prémio de realização no Festival de Cinema de Cannes. “120 Beats per Minute”, de Robin Campillo, foi outro dos grandes vencedores.

 

Paris, início dos anos 1990, sexo, drogas, rock ‘n’ roll e os homossexuais começam a morrer do então apelidado “cancro gay”. Depois dos EUA a epidemia da SIDA chega à Europa. Paris tem um dos focos mais graves da infecção pelo VIH. É este o epicentro de “120 Beats per Minute” (2017), do realizador marroquino Robin Campillo. “120 BPM”, como é já designado, chegou a ser apontado como o grande favorito da edição deste ano de Cannes. Levou para casa o Grande Prémio, atribuído pelo júri presidido por Pedro Almodóvar, e a Queer Palm para a Melhor Longa-Metragem com conteúdo LGBTI.

 

 

A Melhor Curta-Metragem com conteúdo LGBTI vencedora da Queer Palm foi “Les Îles” (2017) de Yann Gonzalez. Conta a história de duas personagens num labirinto erótico e amoroso como guia para o desejo. Aguarda-se pela sua presença no percurso dos festivais de cinema em Portugal.

Les Îles_Yann Gonzalez.jpg

Desde 1961 que uma mulher não recebia o prémio de Melhor Realização em Cannes. Nesse longínquo ano a soviética Yuliya Solntseva venceu esse galardão com o filme “Crónica dos Anos de Fogo”. No ano em que o Festival francês completou a edição 70, uma mulher volta a ser galardoada com esse prémio. Sofia Cappola tem feito história ao longo dos anos com a carreia que tem vindo a construir. Este seu mais recente trabalho, “The Beguiled” (2017), era também apontado como um dos favoritos em Cannes. Acabou por dar o prémio a Coppola e a que Nicole Kidman, uma das protagonistas, recebesse uma Menção Honrosa pela sua interpretação. A película é já apontada como um dos filmes do ano.

 

 

Luís Veríssimo