Kiyoko ou Lesbian Jesus (como é apelidada pelos seus fãs), declarou ainda na plataforma digital que antes do show começar foi interpelada por um agente da autoridade local que se encontrava “à paisana” e a ameaçou de um processo judicial caso se apresentasse com as artistas drag em palco, uma vez que o espectáculo se categorizava para todas as idades. 
Em Fevereiro deste ano foi assinada uma lei pelo governador republicano Bill Lee que proíbe o “cabaret adulto” em público ou na presença de menores, mas foi bloqueada por um juiz magistrado em Abril, horas antes de entrar em vigor. O juiz apoiou uma companhia de teatro LGBTIQA+ de Memphis, que entrou com uma acção judicial alegando que o estatuto proposto violava a Primeira Emenda. 
Hayley escreveu numa postagem que comunicou o sucedido às queens que a iriam acompanhar em palco e que mesmo depois disso ambas quiseram prosseguir para o show tal como planeado “Elas não mostraram medo e disseram que queriam continuar com o show e subir ao palco”. 

"Não seremos silenciados", acrescentou a norte-americana. “Vamos encontrar maneiras de continuar a ser autênticos, não importa o que aconteça. Não vamos desistir. Não importa o quanto eles nos dificultem as coisas." 

Já não é a primeira vez que este tipo de contestação a esta perseguição “Anti-Drag” é demonstrado por artistas do meio musical. Em Abril a cantora Lizzo, vencedora de um Grammy e que actuará em Portugal no NOS Alive em Julho, levou 20 artistas queens ao palco durante o seu show em Knoxville. Durante a actuação Lizzo dirigiu-se à plateia assumindo a sua posição pró-direitos LGBT "Porque é que eu não criaria um espaço seguro no Tennessee onde podemos celebrar os artistas drag e celebrar as nossas diferenças?" 

Texto: Filipe Lima

Foto: Pride.com