Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Dezanove
A Saber

Em Portugal e no Mundo

A Fazer

Boas ideias para dentro e fora de casa

A Cuidar

As melhores dicas para uma vida ‘cool’ e saudável

A Ver

As imagens e os vídeos do momento

Praia 19

Nem na mata se encontram histórias assim

“Capitão Falcão” vale a pena e tem uma surpresa no fim (com vídeo)

falcao.jpg

Portugal, 1968. Mais que um homem, mais que um símbolo, mais que um ícone, ele é o defensor da nação. Ele é: Capitão Falcão.

Capitão Falcão (Gonçalo Waddington) conta a história de um super-herói português ao serviço do Estado Novo. Juntamente com o seu sidekick, Puto Perdiz (David Chan Cordeiro), Falcão combate todas as ameaças à Nação, respondendo a um homem apenas, António de Oliveira Salazar (José Pinto). Mas estranhos acontecimentos e uma ameaça democrática começam a invadir a capital. Conseguirá Capitão Falcão salvar o dia?

Este “Capitão Falcão” (2015), de João Leitão, é deliciosamente perverso e maravilhosamente mesquinho. Carregado com uma ironia que sabe explorar com mestria as lágrimas de tanto rir. Para primeira longa-metragem, o realizador João Leitão sabe agarrar o espectador. Agarrou num bom mistério: em 1973 começou a ser produzida uma série para a televisão portuguesa sobre o primeiro super-herói português, o Capitão Falcão. A série estava para estrear a 26 ou 27 de Abril de 1974. Ao dar-se o 25 de Abril as bobines são destruídas. É esse super-herói que é agora aqui retratado. Esta ideia remonta a 2009, começou por ser pensada para ser uma série de televisão, sobre a série de 1974, dado o potencial que tem. Ficou apenas um episódio piloto que foi o mote para a película.

O filme é bom, divertido e com um non-sense que dá muito que pensar. Mesmo que perca um pouco da genica que tem a meio da segunda parte. Destaque ainda para Gonçalo Waddington que está como peixe na água. Antevejo já umas quantas nomeações aos Prémios Sophia.

A história retratada, que subverte tudo do Estado Novo, em que o herói é o vilão e o vilão é o herói pode melindrar ou até mesmo ofender algumas pessoas. Tem que ser vista com distanciamento e deixar que se possa gozar com o Regime Salazarista. Claro que o facto de estrear a dois dias das comemorações dos 41 anos da Revolução dos Cravos tem muito que se lhe diga, mas faz parte, não havendo aqui limites para o humor. “Capitão Falcão” é também um dos filmes de abertura do IndieLisboa deste ano, sendo exibido esta quinta-feira, às 18h30, na Sala Manoel de Oliveira do Cinema S. Jorge (Lisboa).

Mas porque é que “Capitão Falcão” é alvo de uma crítica num site de informação LGBT? Vejam o filme todo e até ao fim, mesmo até ao fim, e vão perceber... e adorar.

 

Classificação: 4 estrelas em 5

 

Luís Veríssimo