"Carol" de Todd Haynes vence em Cannes (com vídeos)
E como já era de esperar “Carol” (2015) de Todd Haynes não saiu do Festival de Cinema de Cannes de mãos a abanar. No Sábado, 23, venceu a Queer Palm e no Domingo, 24, Rooney Mara ganhou o prémio para Melhor Actriz.
O filme é baseado no romance de 1953 “The Price of Salt” de Patricia Highsmith (autora de “O Talentoso Mr. Ripley”), na altura sob o pseudónimo Claire Morgan, nalgumas edições o livro chama-se simplesmente “Carol”. O livro está publicado em Portugal pela Europa-América com o nome “O Preço do Sal”. O Preço do Sal é um comovente romance de amor, a história de duas mulheres que escolheram pagar o preço de uma vida à margem das regras convencionais. O preço a pagar por um amor proibido… Passado nos anos 1950 em Nova Iorque, uma empregada de uma loja, Therese (Rooney Mara), que sonha com uma vida melhor, apaixona-se por uma mulher, Carol (Cate Blanchett), mais velha, casada e mãe de filhos. O relacionamento entre as duas personagens leva-as numa viagem pelos Estados Unidos, deixando as suas vidas para trás.
O filme foi muito bem recebido em Cannes e falou-se que poderia ser um possível vencedor da Palma de Ouro e que Cate Blanchett vencesse o prémio de Melhor Actriz. Surpreendentemente o prémio de Melhor Actriz foi atribuído a Rooney Mara, em ex aequo com Emmanuelle Bercot por “Mon Roi” (2015, de Maïwenn). Mara não assistiu à cerimónia de atribuição dos prémios e foi o realizador Todd Haynes que recebeu o troféu em seu nome. O júri do Festival de Cannes era presidido pelos irmãos Coen (Joel e Ethan) e eram acompanhados por Sophie Marceau, Jake Gyllenhaal (“O Segredo de Brokeback Mountain”), Rokia Traoré, Guillermo del Toro, Xavier Dolan, Sienna Miller e Rossy de Palma (actriz em vários filmes de Pedro Almodóvar).
A Queer Palm, que é atribuída desde 2010, teve este ano um júri composto apenas por mulheres: Desiree Akhavan, Ava Cahen, Elli Mastorou, Nadia Turincev e Laëtitia Eïdo. Não foi de estranhar que a escolha tenha recaído em “Carol” de Haynes. Na cerimónia de entrega da Queer Palm foi ainda atribuída uma menção honrosa o filme “The Lobster” (2015) do controverso realizador grego Yorgos Lanthimos, que curiosamente não fazia parte da selecção oficial da Queer Palm.
Luís Veríssimo