Cinco perguntas directas dirigidas aos deputados
Nos dias que antecederam a realização do debate promovido pelo dezanove.pt, no Dia Nacional de Combate à Homofobia e Transfobia, vários leitores contribuíram com sugestões de perguntas para os deputados presentes na Casa Independente (Lisboa). Miguel Rodrigues (Oeiras) apresentou cinco perguntas muito directas a cada participante no debate. Aqui ficam os excertos das respostas.
Leitor: Parabéns pela mudança de posição do PCP em matérias LGBT nos últimos anos. Foi o resultado de um rejuvenescimento dos deputados ou foi o resultado de uma reflexão interna?
Paula Santos (PCP): No PCP temos um estilo de trabalho que designamos de trabalho colectivo, em que discutimos e reflectimos colectivamente sobre as questões. Temos outra coisa, que é o contacto com a realidade concreta, ouvir as pessoas, procurar conhecer. Ao longo deste período, fomos também dizendo que não assumíamos uma posição fechada.
Leitor: O PEV foi dos primeiros, se não o primeiro partido a reivindicar os direitos LGBT no Parlamento, ainda no tempo das uniões de facto. Acha que a comunidade LGBT tem noção desse papel que o partido teve? Não acha que o Bloco de Esquerda veio ocupar o vosso espaço?
Heloísa Apolónia (PEV): Aqui não se trata de concorrência nem de quem apresentou primeiro um projecto. Trata-se da discussão que se faz nos respectivos partidos e das propostas que se decidem apresentar. Se são coincidentes, tanto melhor, há mais iniciativas, há mais debate e há mais força no debate.
Leitor: Nunca um primeiro-ministro esteve na Marcha do Orgulho LGBT ou no Arraial Pride. Vai convencer António Costa a marcar presença?
Isabel Moreira (PS): Vou lançar-lhe o desafio, mas em todo o caso como presidente da Câmara sempre disponibilizou o Terreiro do Paço para o Arraial Pride. Como presidente da Câmara já deu um bom exemplo
Leitor: Costuma falar com o deputado Hugo Soares sobre estas matérias?
Ângela Guerra: Falo todos os dias com o Hugo Soares, porque fazemos parte da direcção do grupo parlamentar. Além disso, é meu amigo, embora ele tenha uma visão completamente diferente da minha nestas matérias.
Leitor: O que achou do cartaz “Jesus também tinha dois pais”?
José Soeiro (BE): Achei pouco original, é uma graça com mais de 30 anos feita nos Estados Unidos. Na verdade não era um cartaz, era um banner. Preferia que nesse fim-de-semana o banner que o Bloco lançou tivesse sido sobre a Gisberta, porque era o fim-de-semana em que se assinalava o aniversário do assassinato da Gisberta.
Vê as respostas na íntegra a partir do minuto 52