Confrontos marcam Orgulho LGBT em Kiev (com vídeos)
Aconteceu hoje. Aconteceu esta manhã. O Gay Pride de Kiev, Ucrânia, que começou por ser uma marcha pacífica acabou em violência com feridos, na maioria polícias – entre os quais um em estado grave –, e várias detenções.
Apesar de os organizadores do KyivPride2015 terem avisado os manifestantes apenas na manhã de sábado, 6 de Junho, do local e da hora da manifestação, militantes ultranacionalistas do Pravyi Sektor apareceram e não ficaram intimidados pela presença da polícia e atacaram as três centenas de activistas que participavam na Marcha da Igualdade em Defesa das Orientações Sexuais Minoritárias.
Ainda na sexta-feira, dia 5, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, defendeu a marcha indicando que era um direito constitucional dos cidadãos participarem.
O Ministério do Interior informou que 25 pessoas foram detidas, a imprensa local refere que pelo menos quatro manifestantes e nove polícias ficaram feridos. A marcha, que demorou apenas alguns minutos, decorreu ao longo do rio Dniepre. A polícia de choque formou um cordão policial à volta dos manifestantes assim que os ultranacionalistas apareceram e tentou evitar ao máximo o confronto entre quem participava na marcha e os radicais.
O KyivPride2015 teve lugar apesar das advertências do presidente da Câmara de Kiev, Vitaly Klitschko, em que este pediu aos organizadores para cancelarem a marcha. É apenas a segunda vez que um Gay Pride se realizou na capital ucraniana, o primeiro teve lugar em 2013, as outras tentativas foram canceladas por haver o risco de confrontos e violência, o que se veio a registar hoje.
Há uma semana, mas na Rússia, vários activistas foram detidos em Moscovo, quando tentavam organizar uma marcha do orgulho gay. A marcha foi feita sem autorização e um tribunal da capital russa pronunciou-se negativamente em relação à realização da mesma. No exacto momento estavam presentes também cerca de 30 nacionalistas que se manifestavam contra os direitos LGBT. Enquanto que em Kiev a polícia defendeu os manifestantes do Gay Pride, em Moscovo foi o contrário...
Luís Veríssimo