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Desamores "deverão"

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Pior do que entrevistas de emprego, castings para a televisão ou encontros com editores, só mesmo desamores "deverão". Aqui partilho 4 experiências com as quais os/as leitores/as deverão identificar-se e outros tantos conselhos que poderão ser úteis.

 

 

Todos os dias tomo o meu expresso no mesmo café de uma conceituada cadeia. O rapaz que me atende sorri e pisca o olho ao entregar-me a chávena. «Simpático», penso. O tempo passa e o ritual repete-se. A conversa pouco ou nada avança, mas o contacto físico evolui: um toque na mão, no ombro, nas costas… «Este rapaz está interessado, e é interessante…». Decido propor-lhe não um café (seria pouco original) mas um programa diferente. Ganho coragem e convido-o para a apresentação de um livro. Ele aceita, mas não aparece. No dia seguinte, diz-me que saiu tarde do trabalho. Convido-o então (não sem antes trocarmos números) para um concerto. Mais uma vez, ele aceita, mas não aparece. Notando a minha atitude distante e fria, explica que, novamente, saiu tarde na noite anterior, mas que havia enviado uma mensagem, pela qual não dei, a avisar. Fico a saber que irá mudar de trabalho. Ofereço-lhe um livro meu, que mal agradece. Nunca mais falamos…

 

Num museu, conheço um rapaz que está a fazer uma pesquisa para um trabalho da faculdade. É consideravelmente mais novo do que eu – embora maior de idade. Tento ajudá-lo. Acho-o giro. Há algumas trocas de olhares. Ficamos com o contacto um do outro. Convido-o para sairmos. Ele aceita, mas diz que tem namorado…

 

No ginásio que frequento, há um rapaz que costuma chegar pouco depois de mim. Fazemos mais ou menos os mesmos exercícios, mas não lhe dou muita confiança. Até que um dia, por alguma razão, pergunto como se chama. Fico encantado com o seu nome. Convido-o para um café. Ele aceita. A semana seguinte é, para ele, de trabalho no estrangeiro, mas falamos um pouco quase todos os dias ("gostava que estivesses aqui", "tenho saudades tuas", "quando chegar, vemo-nos, claro"). Ao regressar, é estranhamente longo o período de silêncio. De "rapagão" passo a "rapazola". Um único encontro e a ausência torna-se total…

 

Numa app, conheço um rapaz que estuda em Lisboa e que tem carro. Após uma breve conversa, percebo que, afinal, raramente conduz e quase não vai à capital. Ainda assim, durante semanas, dá a entender que vem a minha casa ou convida-me para ir à dele, mas no último momento surge sempre um "imprevisto": ou porque demoro a responder, ou porque tem um "jantar de família" (às 22h…), ou porque há alguém em casa dele, ou porque não tem dinheiro para a gasolina…

 

Coisas que deverão sempre fazer:

Criar expectativas – mesmo se a disponibilidade e o interesse forem poucos ou nenhuns;

Exigir selfies – quanto menos roupa, melhor;

Flertar com várias pessoas ao mesmo tempo – nada de exclusividade.

 

Coisas que nunca deverão fazer:

Tomar a iniciativa: espere que seja ele/ela a fazê-lo – sobretudo se o/a outro/a pensar da mesma maneira;

Responder depressa às mensagens – deixe-o/a à espera;

Colocar muitos "likes" nas fotos – quando muito, 1.

 

Conselho extra: Se quiserem deixar de falar, deixem sempre, mas nunca dêem uma explicação.

 

O outono já chegou, mas estes "amores" deverão continuar…

 

Bruno Magina, escritor

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