Direitos LGBT: Sanções contra o Uganda sem efeitos práticos
As sanções por parte dos EUA e de outros países do Ocidente não influenciarão o funcionamento das leis do Uganda, que prevêem a prisão perpétua para gays e lésbicas. Os representantes do governo da Uganda afirmaram que não estão dispostos para alterar as leis que estão em vigor relativamente à comunidade LGBT, apesar da ameaça de suspensão das ajudas financeiras por parte de países ocidentais.
"Uganda é um país soberano que nunca se irá submeter a chantagens", afirmou o porta-voz do presidente Yoweri Museveni. Há uma semana o governo dos EUA introduziu sanções contra o Uganda em resposta às leis homofóbicas adoptadas neste país. As sanções prevêem a proibição da entrada nos EUA de uma série de políticos envolvidos na violação de direitos LGBT em Uganda. No entanto, a Rússia e o Uganda reforçaram recentemente a sua colaboração. Ainda em Maio, em Moscovo, decorreu um encontro entre o ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, que é conhecido pelos seus discursos homofóbicos, com o seu homólogo do Uganda, Sam Kutesa (eleito a 11 de Junho presidente da Assembleia Geral da ONU). O Uganda apoia a Rússia na questão da Ucrânia.
A cooperação entre a Rússia e a Uganda nos últimos tempos sofreu algumas evoluções significativas, já que a Rússia tem interesses na área da prospecção petrolífera e na construção de refinarias. As hipóteses de a Rússia conseguir os contratos aumentaram significativamente após os primeiros avisos sobre as sanções económicas dos EUA. O ramo petrolífero no Uganda era, até há bem pouco tempo, dominado por fundos ocidentais.
Alexandre Iourtchenko