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Direitos LGBTI+ e a nova configuração do Parlamento. Quem entra, quem sai e os perigos desta legislatura

eleições legislativas LGBTI+

O PS foi o partido mais votado nas eleições legislativas deste Domingo, obteve 41,68% dos votos e  conquistou a maioria absoluta. Mesmo faltando a contabilização dos votos dos consulados, o PS já conta com pelo menos 117 deputados garantidos. Como fica o Parlamento em termos de defesa e ataque dos Direitos das pessoas LGBTI+?

A nova configuração do Parlamento traz mais lugares a partidos como o Chega, a Iniciativa Liberal e o Livre.
A Iniciativa Liberal elegeu 8 mandatos e o Livre elegeu Rui Tavares. Ambos partidos têm estado presentes nas últimas Marcha do Orgulho no nosso país. Uma razão para analisar com atenção as votações em plenário da direita liberal. Já o Livre voltou a entrar no Parlamento como partido depois de ter eleito Joacine Katar Moreira que entretanto terminou a legislatura como deputada não inscrita.
Ao mesmo tempo Bloco de Esquerda (com 5 deputados), CDU (6), PAN (1) e CDS-PP (0) reduzem de forma drástica o seu número de deputados. Vamos por partes:


No mapa daqueles que defendem (e não defendem) o respeito pela diversidade são estes os principais destaques:

Quem entra?
Isabel Moreira voltou a ser eleita pelo círculo eleitoral do PS por Lisboa. A deputada é uma das vozes mais fortes pela defesa dos Direitos LGBTI+ no nosso país. 
Graça Fonseca, ex-Ministra da Cultura, consegue voltar a ser eleita pelo PS por Lisboa.
Alexandre Quintanilha, cabeça de lista do PS pelo Porto, consegue, sem surpresas, ser reeleito. 
José Soeiro, importante activista pela defesa dos Direitos das pessoas LGBTI+ regressa ao Parlamento. Estava em número 2 no círculo do Porto encabeçado por Catarina Martins.
Ainda pelo Bloco de Esquerda entra no Parlamento Joana Mortágua, pelo distrito de Setúbal. É uma presença regular em eventos de defesa dos Direitos LGBTI+.
Inês de Sousa Real é reeleita pelo PAN. O partido votou favoravelmente várias conquistas LGBTI+ na última legislatura.


Quem sai?
A principal perda da noite é a não eleição da histórica activista pela defesa dos Direitos LGBTI Fabíola Cardoso pelo Bloco de Esquerda em Santarém. 
No pólo oposto, Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP que tanto advogou pela "ideologia de género", não conseguiu nenhum deputado eleito e o partido simplesmente desaparece do parlamento. Face aos resultados o líder do CDS-PP anunciou a sua demissão.

 

Quem não entrou
Bruno Maia, médico e activista pelos Direitos LGBTI+ e uma das vozes mais activas pela implementação da PrEP em Portugal, mais uma vez não conseguiu ser eleito pelo Bloco, desta vez por Lisboa.
Heloísa Apolónia (Os Verdes) não conseguiu ser eleita pelo círculo eleitoral de Leiria. Foi uma voz activa na defesa dos direitos LGBTI nas legislaturas anteriores e pretendia regressar ao Parlamento depois de um interregno.

Renata Cambra, porta-voz do MAS (Movimento Alternativa Socialista), não foi além dos 0,11 % dos votos não conseguindo ser eleita por Lisboa. 
Menção ainda para Jorge Nuno Sá, o primeiro político a casar-se com uma pessoa do mesmo sexo em Portugal, concorria pelo Aliança, ficou muito longe de ser eleito. Obteve apenas 0,04 % dos votos.

 

Os perigos que escondidos desta legislatura
O reforço da extrema-direita no Parlamento português pode significar um retrocesso na percepção generalizada da opinião pública no que concerne aos direitos das pessoas LGBTI. Recorde-se que o conteúdo programático do programa de economia do Chega foi pensado por Pedro Arroja, mandatário nacional e candidato a deputado (não foi eleito), que ficou famoso por insultar deputadas do Bloco de Esquerda e atacar os direitos das pessoas LGBTI. 
Ainda na semana que antecedeu as eleições a actriz Maria Vieira (candidata a deputada pelo Chega pelo círculo eleitoral de Lisboa) afirmou: "Eu estou longe de ser uma grande admiradora do Putin mas reconheço que o homem, no que diz respeito à interpretação da realidade biológica, sabe bem do que fala e tem, obviamente, toda a razão!
Uma mulher é uma mulher e um homem é um homem e quem afirmar o contrário só pode ser idiota, acéfalo ou doente mental!
E quando aqueles como nós, que temos cérebro, vemos esta corja do «jornalixo» a escrever e a dizer que o presidente russo é ultraconservador e homofóbico apenas por dizer a verdade e nada mais do que a verdade, sabemos bem que o que aqui está em causa é a imposição da maldita Ideologia de Género, a promoção massiva da homossexualidade e a implícita legalização da pedofilia, que como todos nós sabemos é praticada de forma legal na maioria dos países islâmicos de onde provêm as hordas de migrantes e de «refugiados» que estão a invadir a Europa, ou seja, nada acontece por acaso...". Maria Vieira ocupava o 9º lugar nas listas do Chega por Lisboa não foi eleita. O partido de André Ventura subiu a terceira força política mais votada elegendo 12 deputados em todo o país.

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