Em Braga exigiu-se o fim da violência transfóbica
Cerca de 150 activistas pela defesa dos direitos das pessoas LGBT marcharam este Sábado pelas ruas do centro histórico de Braga. A iniciativa esteve a cargo do colectivo Braga Fora do Armário (BFA), que levou a cabo a terceira edição da Marcha pelos Direitos LGBT.
Na comissão de organização e entidades presentes estão outros grupos LGBT como a AMPLOS, FAqTO, UMAR ou o Grupo Transexual Portugal e partidos como o Bloco de Esquerda, o PAN e o MAS.
“Violência transfóbica” é o lema escolhido este ano pelos activistas reunidos em Braga e que não poupam críticas à inércia da sociedade em geral, à discriminação e à violência – um conjunto de aspectos que, nas suas palavras, continua a afectar as pessoas transgéneros. A centralização na luta pela defesa das pessoas trans e transexuais justifica-se, segundo os activistas, porque considera que estas pessoas vivem uma situação de maior invisibilidade e consequente vulnerabilidade social. Os subscritores do manifesto apontam o dedo ao próprio movimento LGBT português que “detêm um passado e um presente de contínua exclusão das pessoas trans da sua agenda e intervenção política.”
Os grupos que marcharam este Sábado à tarde em Braga lembraram as mortes de Gisberta e Luna, duas pessoas transexuais que sucumbiram à morte pelo ódio transfóbico em Portugal respectivamente em 2006 e 2008. No mesmo manifesto são elencados um rol de aspectos que denunciam a falta de respostas às pessoas trans em Portugal nomeadamente em aspectos legais , visibilidade, apoio e na luta pela despatologização.
A atenção dada e por dar
O Partido Nacional Renovador fez saber que considerava a marcha “provocatória e de mau gosto”. A imprensa minhota ignorou a única marcha pública pelos Direitos Humanos LGBT da região.
Cartazes reivindicativos
Foram vários os cartazes envergados pelos manifestantes. Fica aqui com alguns:
Percurso
A marcha bracarense iniciou junto ao Arco da Porta Nova e atravessou o centro histórico pedonal a cidade. Os manifestantes envergaram cartazes, bandeiras do arco-íris e da comunidade transgénero. O percurso terminou junto às Arcadas da Avenida Central, local onde foi lido o manifesto e os grupos e partidos que integraram a marcha puderam explicar as suas reivindicações.
Em declarações ao dezanove.pt Eduarda Sousa, do BFA, considera que a marcha “teve impacto na cidade de Braga, as pessoas paravam e olhavam, estamos muito satisfeitos, superou as nossas expectivas.”
No final da marcha o músico Pedro Godinho cantou o tema “A Marcha”, composto propositadamente para o colectivo BFA.
À marcha seguiu-se uma festa de angariação de fundos para a IV edição da marcha de Braga num bar da cidade.
Vê as fotos da Marcha de Braga aqui.
Mais fotos do Colectivo Braga Fora do Armário aqui.
Fotos de André Ventura, Ana C. Pires, Braga Fora do Armário, Eduarda Sousa e FAqTO.