Entrevista a Mônica Benício: “Bolsonaro é declaradamente fascista, LGBTfóbico, machista e racista”
Jair Bolsonaro, que lidera as sondagens das eleições presidenciais brasileiras, é descrito por Mônica Benício como “declaradamente fascista, LGBTfóbico, machista e racista”. Em entrevista ao dezanove.pt, a mulher de Marielle Franco analisa o panorama político do Brasil, conta em que ponto está a investigação ao assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e fala ainda sobre a forma como os media e a comunidade abordaram a sua relação sentimental.
“O assassinato da Marielle Franco, que era uma defensora dos direitos humanos, representava no corpo toda as pautas da resistência àquela sociedade fundamentalista, conservadora, dominada por homens brancos, heterossexuais. Isso é uma expressão de que a gente vive numa democracia muito frágil”, considera Mônica Benício, apontando que de “há uns anos para cá que tem uma onde de conservadorismo e fascismo muito grande, que é muito grande, mas que chegou com muita força no Brasil”. A activista, que esteve em Lisboa a convite da Amnistia Internacional e marcou presença no festival Iminente onde foi inaugurado um mural da autoria de Vhils de homenagem a Marielle, refere ainda que, tendo em conta o momento que se vive no Brasil, “foi uma conquista” que a imprensa a apresentasse como “viúva” de Marielle Franco. “O título sempre me foi dado com respeito e acredito que no meio de todas essas desgraças, a gente pode olhar com um certo optimismo e que o dia 14 de Março não foi apenas um dia de barbárie”, aponta.
Entrevista conduzida por Rui Oliveira Marques. Vídeo de José Machado