Eslováquia referendou casamento e adopção. Quatro em cinco eslovacos não quiseram saber do tema
Foi no Sábado passado, 7 de Fevereiro, que os eslovacos foram chamados às urnas para decidir através de referendo a aprovação do casamento e a adopção por casais do mesmo sexo.
Os resultados apurados foram uns expressivos 95 por cento contra o casamento e 92 por cento contra a adopção. No entanto, o referendo foi considerado nulo por ter uma adesão inferior a 22 por cento. Seria necessário que 50 por cento dos eslovacos se pronunciasse para a proposta de lei ser validada.
A proposta de referendo surgiu por iniciativa de um movimento que está contra a igualdade de direitos aos cidadãos LGBT. A Aliança Anti-LGBT pela Família reuniu 400 mil assinaturas para a realização desta consulta popular. Anna Veresova da plataforma afirmou: "Os esforços para estender a igualdade no matrimónio não têm sentido e são uma perda de tempo" (...) "Dificilmente podem dizer que a Eslováquia é uma ilha isolada no meio de um oceano que não possa ser afectado; isso não é verdade". Veresova apelou à defesa da Eslováquia daquilo que considerou a "infestação do Ocidente". Com fortes valores conservadores, este país de leste é um dos que luta severamente contra as atitudes progressistas dos países a Ocidente.
A figura do Papa foi utilizada durante a campanha num cartaz do movimento anti-LGBT. No cartaz o Sumo Pontífice aparece de polegar erguido e com uma mensagem: "A Eslováquia luta hoje com bravura pela protecção da família tradicional". A maioria da população da Eslováquia é predominantemente católica.
Pedro Arrayano