Exército português apresentava homossexualidade como uma “contra-indicação”
Ser homossexual era considerado, até esta terça-feira, uma “contra-indicação” para que homens ou mulheres pudessem candidatar-se ao serviço efectivo de voluntariado do Exército, que veio substituir o serviço militar obrigatório. Para o Exército, a homossexualidade era equivalente ao alcoolismo ou consumo de drogas como argumento para barrar candidaturas. Uma prática à margem da lei.
Segundo relata a edição desta quarta-feira do jornal I, no site do Exército surgia como “contra-indicação [para a selecção]: fonação, obesidade, alcoolismo, homossexualidade, consumo de drogas”. Por telefone, um responsável por um centro de atendimento do Exército explicou ao jornal que a propósito do alcoolismo e das drogas “são feitas análises quando existem suspeitas”, no caso da homossexualidade referiu que havia a hipótese de o candidato não declarar a orientação sexual.
Após o contacto do I, foi eliminada a referência à “homossexualidade” no site do Exército. O tenente-coronel Góis Pires lamentou o sucedido, assegurando que o Exército não adopta “práticas discriminatórias” associada à orientação sexual “A selecção de candidatos(as) apenas se suporta nas tabelas de aptidão ou incapacidade para o serviço nas Forças Armadas, constantes na legislação em vigor. O apontado [as contra-indicações] não figura e consequentemente não tem relevância/peso algum”, disse João Góis Pires.
Gustavo Briz, presidente da rede ex aequo, considerou a situação “escandalosa”. “Este caso é a prova real de que a homofobia continua a estar muito presente na sociedade portuguesa, o que é verdadeiramente preocupante”, disse Gustavo Briz ao I. Mesmo assim, o responsável fez a ressalva que de “uma das antigas coordenadoras do grupo de Sintra [da rede ex aequo] é militar e chegou a levar panfletos da rede para o quartel onde trabalhava. Na altura, a reacção dos colegas surpreendeu-nos pela positiva”:
A discriminação nas Forças Armadas portuguesas entrou na ordem do dia depois de se tornar público que um militar se tinha suicidado após ter sido vítima de bullying homofóbico.
Após o contacto do I, foi eliminada a referência à “homossexualidade” no site do Exército. O tenente-coronel Góis Pires lamentou o sucedido, assegurando que o Exército não adopta “práticas discriminatórias” associada à orientação sexual “A selecção de candidatos(as) apenas se suporta nas tabelas de aptidão ou incapacidade para o serviço nas Forças Armadas, constantes na legislação em vigor. O apontado [as contra-indicações] não figura e consequentemente não tem relevância/peso algum”, disse João Góis Pires.
Gustavo Briz, presidente da rede ex aequo, considerou a situação “escandalosa”. “Este caso é a prova real de que a homofobia continua a estar muito presente na sociedade portuguesa, o que é verdadeiramente preocupante”, disse Gustavo Briz ao I. Mesmo assim, o responsável fez a ressalva que de “uma das antigas coordenadoras do grupo de Sintra [da rede ex aequo] é militar e chegou a levar panfletos da rede para o quartel onde trabalhava. Na altura, a reacção dos colegas surpreendeu-nos pela positiva”:
A discriminação nas Forças Armadas portuguesas entrou na ordem do dia depois de se tornar público que um militar se tinha suicidado após ter sido vítima de bullying homofóbico.