Festival Política em Braga de 5 a 7 de Maio
Depois de uma edição em Lisboa, o Festival Política chega agora a Braga.
De 5 a 7 de Maio, o festival vai continuar a agitar consciências, a promover os direitos humanos e a reforçar a participação cívica através de filmes, debates, concertos, performances e workshops, sob o tema da Desinformação.
Estes são alguns dos destaques para os três dias no Centro de Juventude de Braga:
5 de Maio 18h30
Braga. Mulheres e Opressão – Passado, Presente e Futuro
Performance feminista que procura “confrontar” o público com a opressão e violência de que as mulheres são alvo, focando-se no contexto doméstico como um lugar de risco para a integridade, segurança e, em demasiados casos, a vida. Este será o ponto de partida para uma conversa sobre inclusão, arte e discriminação. Produção: Mosaico – Cia Inclusiva Multidisciplinar; intérpretes: Ana Caridade, Eduarda Tarroso Gomes, Rita Machado. Participam na conversa Ana Caridade, Rita Machado e Vera Vaz (CERCI Braga). Com tradução para Língua Gestual Portuguesa.
6 de Maio, 19h
Cinema – Sessão Corpos Políticos I
“Bustagate”, de Welket Bungué, 12’ (Portugal)
Bustagate, um ano depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa) eis o panorama escandaloso da violência e desigualdade social em Portugal. Um filme-intervenção póstumo à sua personagem imaginária, dedicado aos portugueses.
“Alcindo”, de Miguel Dores, 79’ (Portugal)
A 10 de Junho de 1995, sob o pretexto múltiplo de celebrar o Dia da Raça e a vitória para a Taça de Portugal do Sporting, um grupo de etno-nacionalistas portugueses sai às ruas do Bairro Alto para espancar pessoas negras que encontra pelo caminho. O resultado oficial foram 11 vítimas, uma delas mortal, cuja trágica morte na Rua Garrett atribui o nome ao processo de tribunal – o caso Alcindo Monteiro. Sessão M/16
23h00
Cinema- Sessão Corpos Políticos II
“O Berloque Vermelho”, de André Murraças, 8’ (Portugal)
Um homem recebe de um amigo um berloque em forma de coração para pôr ao pescoço. Quando a jóia desaparece, o homem entra em pânico e não consegue lidar com os sentimentos que o gesto e a perda do berloque lhe suscitam. Num ato louco e sangrento, fará o impensável.
“O Ofício da Ilusão”, de Cláudia Varejão, 6’ (Portugal)
A arte da ilusão é esculpida com imagens de um arquivo familiar dos anos 70 e 80 e clips de som de filmes. Madame Bovary é a heroína de Flaubert e abre os anfitriões deste exercício narrativo. Com base no diálogo de Ema Paiva com o seu amigo e confidente Pedro Lumiares no filme “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira, entendemos a identidade de género como uma caracterização fechada dos valores sociais.
“O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, 24’ (Portugal)
O olhar sobre o caso de homicídio de Gisberta Salce Jr., transexual, vih-positiva, sem-abrigo e toxicodependente que foi brutalmente torturada e violada durante vários dias seguida por um grupo de 14 adolescentes no Porto, Portugal, em 2006. Centrado em temas como a memória, o estatuto social, a violência, a discriminação e a identidade de género, “O Teu Nome É” explora o relato preocupante de dois dos adolescentes condenados, agora jovens, e as memórias dos amigos transexuais de Gisberta, confrontando diferentes perspectivas e dimensões da condição humana.
“Tracing Utopia”, de Catarina de Sousa e Nick Tyson, 20’ (Portugal e Estados Unidos)
Uma viagem virtual pelos sonhos e desejos de um grupo de adolescentes queer de Nova Iorque, uma Geração Z que vê o mundo com olhos diferentes e esperança no futuro. Um filme que ilustra a importância e o poder de encontrar uma comunidade. Sessão M/16
7 de Maio, 16h30
Ser mulher brasileira em Portugal, a partir de “Deixa Ser Eu”
“Longe do meu país de origem deparei-me com os estereótipos da mulher brasileira. Como existir e encontrar novas formas de existência Num mundo de preconceitos? Como quebrar um estereótipo sem me perder? Em Portugal, descobri que sou um emaranhado de coisas que existem dentro de mim e pouco têm a ver com a minha aparência”. A partir da experiência da realizadora Sheila Correia, após a apresentação do filme de Sheila Correia abre-se espaço para uma conversa sobre ser mulher brasileira em Portugal. Que mitos e preconceitos ainda existem? Uma conversa aberta a todos. Com interpretação para Língua Gestual Portuguesa mediante inscrição prévia. Inscrições: participa.politica@gmail.com
7 de Maio, 21h30
Humor “A grande mentira”, por Hugo van der Ding
Hugo van der Ding promete uma viagem aos grandes mitos e enganos da nossa História. Uma aula ao vivo do humorista, artista e animador da Antena 3 para levar (muito) a sério. Com tradução para Língua Gestual Portuguesa. Antes do espectáculo será apresentado o projecto “Isto não é um debate”, da autoria do colectivo bracarense Producteur Collectif formado em 2021, que venceu o concurso de bolsas para artistas, criadores e activistas promovido pelo Festival Política e pelo IPDJ.
Imagem: "O Teu Nome É”, de Paulo Patrício