Fica a saber que filmes venceram o Queer Porto 7
Teve lugar esta noite, às 22h00, a Sessão de Encerramento do Festival Internacional de Cinema Queer Porto 7, no Pequeno Auditório do Teatro Municipal Rivoli, onde foram anunciados os prémios da Competição Oficial, Competição "In My Shorts" - que distingue o Melhor Filme de Escola Nacional - e por fim, o recente Prémio Casa Comum.
Palmarés:
Competição Oficial
Melhor Filme: Deus tem AIDS, de Fábio Leal & Gustavo Vinagre (Brasil, 2021)
Menção Especial: Genderation, de Monika Treut (Alemanha, 2021)
Prémio do Público: Deus tem AIDS, de Fábio Leal & Gustavo Vinagre (Brasil, 2021)
Competição In My Shorts
Melhor Filme: Mansa, de Mariana Bártolo (Portugal, Alemanha, 2021)
Prémio Casa Comum
Melhor Filme: O Teu Nome É, de Paulo Patrício (Portugal, Bélgica)
Menção Honrosa: Tracing Utopia, de Catarina de Sousa e Nick Tyson (Portugal, 2021)
O júri da Competição Oficial, composto por Amarante Abramovici, Daniel Gorjão e larose s. larose, atribuiu o Prémio para Melhor Filme desta edição a Deus tem AIDS, de Fábio Leal & Gustavo Vinagre. Segundo o júri, "Deus Tem AIDS é falar no agora de um tema com quarenta anos, que nos desafia a uma renovada leitura do que é a vida de alguém portador da doença. Através da soberba e inclusiva escolha de protagonistas, e das suas práticas artísticas, este é um filme de empoderamento e consciencialização para uma realidade ignorada, quando não estigmatizada. Um filme que nos fala da vida e não de vítimas”.
O mesmo júri atribuiu uma Menção Especial a Genderation, de Monika Treut, considerando este objecto “uma representação rara e muito necessária de pessoas trans mais velhas. Um projecto vital para a nossa comunidade, para documentar essas histórias de esperança; tão relevante e poderoso hoje quanto a genderation era há vinte anos atrás”.
A Competição In My Shorts de Curtas-Metragens de Escola Portuguesas teve o mesmo júri, atribuindo o Prémio de Melhor Filme a Mansa de Mariana Bártolo, descrevendo-o enquanto "um filme que cativa pela sua genuinidade, pela complexidade na composição das personagens e direcção de actores, retratando uma realidade com múltiplos sentidos de leitura. Uma obra que nos deixa com vontade de ver mais trabalho de Mariana Bártolo".
Por sua vez, o Prémio do Público da Competição Oficial foi conquistado pelo filme de Deus tem AIDS. Vê o trailer aqui: aqui
O júri do Prémio Casa Comum, composto por Ana Gabriela Cabilhas, Jorge Gato e Marinela Freitas, distinguiu como Melhor Filme O Teu Nome É, realizado por Paulo Patrício. O júri justificou a sua escolha: "por apresentar uma forte crítica social em relação à violência contra os corpos trans, migrantes, doentes, pobres, tornados precários, e invisibilizados; por fazer esta crítica a partir de uma história local, mas que é também universal; por trazer um novo olhar sobre a história de Gisberta, aliando o registo documental a uma linguagem estética original; e por manter viva a única voz ausente do filme no espaço da cidade".
O mesmo júri atribuiu uma Menção Especial a Tracing Utopia, realizado por Catarina de Sousa e Nick Tyson, por “apresentarem um trabalho notável sobre a criação de espaços seguros para adolescentes que se identificam de forma não-binária; sublinharem os efeitos do isolamento social no contexto da pandemia e a importância das comunidades queer; por desenvolverem uma linguagem estética que alia o virtual ao real, aproximando-se assim do quotidiano das pessoas retratadas".
Tendo decorrido já com o levantamento das restrições de lotação de sala, a 7ª edição do Queer Porto pôde também já voltar a receber convidadxs internacionais, assim como várixs realizadorxs portuguesxs. De destacar igualmente o alargamento do programa e actividades do festival a vários espaços da cidade do Porto, com expressiva adesão do público.
A próxima edição do Queer Porto irá decorrer em Outubro de 2022 no renovado Cinema Batalha.